Já cheguei a comentar com um amigo que não acho que o propost seja um espaço para a divulgação de poemas, porém quando falo disso estou me referindo ao apenas copiar um poema seu do word e colar aqui, não acho que faz muito sentido... O poema é uma das vertentes da poesia, ele é mais uma das tantas formas de expressão dos nossos sentimentos, podemos dançar, atuar em teatro, cantar, pintar ou...escrever, dentro da escrita vamos escolher se naquele momento é o ver ou a prova que melhor vai exprimir o eu interior.
A poesia anda junto de nós em todos o momentos, poetar é mais difícil, mas todo nós temos tal capacidade. Muitos acham que escrever um poema é apenas juntar palavra em versos que formem uma rima, mas não é! Um simples poema pode revelar toda a emoção que estamos sentindo em um determinado momento, em alguns versos resumimos um texto de vária folhas, porém há uma questão: vai caber ao leitor uma capacidade de interpretação mais aguçada, pois escrever um poema pode se tornar algo subjetivo demais.
Este verso de Manuel bandeira publicado em 1917 no livro "A Cinza da Horas" trata muito bem e de forma bem profunda eta questão do "escrever versos", ele ressalta o quanto devemos dar de nós para a construção do poema.
DESENCANTO
Eu faço versos como quem chora
De desalento… de desencanto…
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.
Meu verso é sangue. Volúpia ardente…
Tristeza esparsa… remorso vão…
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.
E nestes versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre Sabor na boca.
- Eu faço versos como quem morre.
(Teresópolis, 1912)
Uma de minhas maiores distrações é a leitura e a escrita e creio que estou utilizando este espaço (propost) muito bem, porém essa criatividade literária some quando vou escrever meu TCC...Uma pena! Este ano pude participar do Concurso de Artes Literárias promovido pelo IAP (Instituto de Artes Literárias) na categoria poemas, mas o resultado ainda aguardo.
Vou deixar aqui um de meus poemas que creio que surgiu de um dos pontos mais obscuros de meu inconsciente:
A esquizofrenia ronda as ruas
Vozes obscuras em nossas cabeças apontam o que fazer
A mídia a ludibriar dia após dia...
Louca multidão a se jogar pelas ruas
Por livre e espontânea vontade seguem para o grande manicômio
O comércio e sua lavagem cerebral
Partem corpos para a dança dos desesperados
Vagam absortos de sua real condição
Controlado por utópicos e utopias
Vi desmoronar mansões e mausoléis
Mundos subterrâneos, jardins suspensos
O mundo é vasto e o vazio é imenso
Desertos tomam conta das ruas desta cidade
Vejo dunas levantarem-se como levantam colossos
O vento sopra, faz e desfaz
Vagueio inerte em minha alucinação
Solução?
Mudaram-se os anos, mas não mudaram-se as vontades
A calamidade vagueia sem rumo
Obscura como o lodo que escorrem nas calçadas
O presente constrói-me, absorta de tudo
Presa a ideais, tentem em vão conquista-los
Aqui jaz um templo perdido
Em ruínas repousa uma biblioteca
Saberes do tempo de luz
A filosofia... A literatura
Entregue ao tempo
Entregue às traças
Do pó veio
Para o pó voltará
Erguem-se arranhas céus, mas não passam de dunas
Entregues ao tempo, nada restará...
O termo "dunas" é uma metáfora de brevidade, elas que estão em constantes mudanças ao sofrer ação do vento.
Nem todo poema tem poesia...
E
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