Publicado originalmente na rede social: www.propost.com.br
Não sei e alguém já viu, mas o canal Space transmite uma propaganda referente a NBA, sinceramente não entendi muito qual a relação da NBA com a mensagem repassada no início do comercia, e é este início que me gerou uma reflexão, pois é uma bela mensagem. Segundo esta propaganda um jornal americano fez um teste para avaliar o quanto as pessoa não mais percebem a beleza ao seu redor.
Em Washington (EUA)no ano de 2007, um violinista ficou em uma estação de metrô tocando por aproximadamente uma hora, durante este tempo, mai de 2000 pessoas passaram por ele indo cumprir suas obrigações diárias. Durante todo o tempo em que ele ficou lá, apenas seis pessoas pararam para ouvi-lo. Achei a reportagem e deixo aqui um trecho e o link da mesma.
"Ninguém sabia, mas o violinista era Joshua Bell, um dos maiores músicos do mundo.
Ele tocou uma das peças mais difíceis que já foi composta, com um violino avaliado
em 3.5 milhões de dólares. Dois dias antes, Joshua Bell havia tocado em um anfiteatro
cheio, onde as pessoas pagaram em media $100 dolares para ouvir ele tocar
a mesma música."
Fonte: http://www.blogdomau.com.br/category/musica
O comercial que relatou este fato termina com a seguinte frase:
“Beleza, camuflada pela força da repetitiva monotonia...”
Sensacional! A monotonia causada pela rotina nos tira a capacidade de admirar o mundo ao redor, admirar o que de belo ainda há. Cada vez mais estamos cheios somente de nossas obrigações e elas nos impedem de viver. Esta é uma situação que podemos observar em uma realidade tão nua e crua: dentro de nós mesmos.
Quantos usuários do PROPOST são estudantes de Universidades Federais? Durante a greve estávamos todos de certa forma ociosos e com a mente criativa fervilhando de ideia e pensamentos, isso rendeu ótimos textos que aqui foram publicados sobre os mais diversos temas, como: artes, literatura, esporte, educação, filmes, jogos, quadrinhos, etc. Com o retorno das aulas voltamos todos a seguir o caminho monótono da pressão social que nos obriga a ter uma profissão, ser bem sucedido e ser bem visto pela sociedade.
Para isso entramos de “corpo e alma” em assunto que sinceramente não nos importam... Muitos estão em um determinado curso, porém só se identificam com menos de 10% da matéria que é vista ao longo de 4...5 anos de graduação, fora mestrado e doutorado.
Muitos foram os grandes gênios da nossa história que se rebelaram perante este tipo de situação e largaram tudo para seguir seus sonhos, não se importavam com status, mas apenas em dar asas à imaginação que lhes corroía a alma e que não era libertada. Creio que todos nós conhecemos ao menos um desses “espíritos” de liberdade.
Achei totalmente repugnante ver um colega de turma falar que só leu três livros ao longo de sua vida, fora os do curso. O QUE É UMA PESSOA DE 22 ANOS LER APENAS 3 LIVROS??? A robotização gera pessoas assim, sem qualquer senso crítico sobre o mundo, sem capacidade de criar suas próprias ideias, refletir e argumentar sobre elas. Os “gênios” que vemos hoje no nosso cotidiano são apenas aqueles que possuem uma alta capacidade decorativa do que leem e precisam gravar por obrigação, apenas para realização uma obrigação.
Esses são aqueles nossos colega que se destacam em tudo, sempre com excelentes notas, mas que não sabem raciocinar sobre qualquer situação que fuja do HD de sua cabeça.
A reflexão introspectiva pode gerar tudo, de movimentos revolucionários a livros, mas nós já temos em entranhado toda a sociedade moderna o vazio mental que cada vez mais se expande...Não temos mais nada em mãos, apenas um relógio no pulso que vemos o tempo passar na repetitiva monotonia...
Paro, um momento, não é raro
Paro estática aos danos do mundo
Levo nas costas a penitência de um corcunda
Não de Notre Dame, mas de meu ser
Estendo as mão e nada tateio além do ar
Nada além de meus frágeis braços a bailar
Nada posso, nada ouço, nada quero
Sinto o cotidiano como um íntimo abominável
Me possui…mas tento repeli-lo
Caminho pelas ruas em passos largos
Não por pressa, mas em fuga da realidade
Esta, circunscrita em lápides esquecidas
Esta, marcada nos olhos vagos que me fitam
Passam corpos a vagar alegremente
Satisfeitos de suas condições subjugadas
Escravos das feras, alegram-se com o lodo
Real, real..mas vejo que isso ainda é pouco
Gritam como um porco a dormir neste chiqueiro
Talvez meu caminho seja além mar
Utópico em um épico fascinante
Divida Comédia conquistar o inferno de Dante
Mas nada atravesso além da consciência
Que me afoga, me queima, me arruína…
E me deslumbra neste ideal que me fascina.
“A civilização é o avanço de uma sociedade em direção à privacidade. O selvagem tem uma vida pública, regida pelas leis de sua tribo. Civilização é o processo de libertar o homem dos outros homens.” (Ayn Rand)
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