quarta-feira, 31 de outubro de 2012
Autoajuda e o efeito placebo...
Autoajuda e efeito placebo... Todos nós sabemos que o índice de leitura do brasileiro é vergonhosamente baixo, a partir daí podemos tirar a conclusão de que o índice de escrita é pior ainda... Décadas atrás pessoas de todas as idades se interessavam pelo mais variados tipos de leitura, estas que traziam e trazem (já que são atemporais) um melhor desenvolvimento crítico para as pessoas, liamos de filósofos a poeta que influenciaram e mudaram o rumo da história. Hoje infelizmente a qualidade dos livros que vão para no topo dos mais procurados, os best sellers, são leituras totalmente diferentes ao que tratei anteriormente, são livros principalmente de autoajuda. Estou criticando autoajuda? Talvez...
Não sei a partir de que momento estes livros caíram ao gosto popular e escritores como Augusto Cury e Paulo Coelho tornaram-se os senhores das palavras de consolo que todo ser humano frustrado nos mais diversos pontos de sua vida passou a vangloriar. Mas após uma reflexão penso o seguinte... O mundo está um caos, as pessoas sofrem com todos os seus problemas cotidianos, de sociais a pessoais, elas não possuem nem tempo, nem vontade de amadurecer o senso crítico. A própria sociedade dificulta o desenvolvimento do senso crítico, por quê? Todos sabem que ao longo da história os pensamentos de vários intelectuais influenciaram as sociedades grandiosamente ao ponto de ocorrerem revoluções por indignação ao meio em que estavam sendo colocadas.
A mídia influencia a todos e todos se deixam influenciar por ela dos mais diversos níveis... Pra que pensar? Devemos apenas seguir um parâmetros utópico para conseguir todos os nossos bem materiais que seremos felizes. As pessoas vão atrás de tudo o que NÃO precisa, mas acham que precisam apena por motivos de status, passam horas na academia em busca do corpo perfeito igual aos posers dos comerciais de cerveja, passam horas no trabalho e ainda fazem hora extra para conseguir comprar aquele carro dos sonhos que é tão fresco que não consegue nem passar por uma lombada, deixam seus filhos nas escolas mais caras e os colocam para fazerem todos os tipos de atividades possível só pra dizer que eles serão melhores ou simplesmente para se livrar da responsabilidade de pais, enfim...
É a partir deste momento que entra a autoajuda, as pessoas se veem apenas indo em busca de se encaixarem na sociedade de todas as formas e esquecem de si mesmo como seres racionais que deveriam ser...Não sabem mais lidar com problemas, relacionamentos e/ou obrigações. O meio social tornou-se dificultoso... Então o melhor a se fazer é comprar livros que digam algo como: “Apesar dos nossos defeitos, precisamos enxergar que somos pérolas únicas no teatro da vida e entender que não existem pessoas de sucesso e pessoas fracassadas. O que existem são pessoas que lutam pelos seus sonhos ou desistem deles.” (Augusto Cury)
Essa frase mostra um dos pensamentos mais óbvios da humanidade, mas a falta de capacidade mental faz as pessoas acharem que é um dos ensinamentos mais magníficos da humanidade, e isso lhe serve como o maior de todos os consolos para seguir suas vidas...Os livros de auto ajuda podem dar todas as “receitas” possíveis para o bem estar humano: como ser feliz, como ficar rico, como ser inteligente, como se relacionar, etc. Após os milênios avançamos em termos de comportamento social em grupo, mas o mundo conturbado impregnado de obrigações e necessidades urgente de alcançar o fútil perdemos e muito este tipo de comportamento e as pessoas não sabem compreender mais nem os problemas mais simples e comuns.
“O termo autoajuda pode ser referir a qualquer caso onde um indivíduo ou um grupo (como um grupo de apoio) procura se aprimorar econômica, espiritual, intelectual ou emocionalmente. O termo costuma ser aplicado como uma panaceia em educação, negócios e psicologia, propagandeada através do lucrativo ramo editorial de livros sobre o assunto"
Certo dia ouvi um comentário sarcástico de um amigo que trabalha na livraria Saraiva, ele disse: “Olha aí, quando estatísticas apontam que o índice de leitura do brasileiro está aumentando é isso que ele está lendo...” Então ele aponta para uma pilha gigantesca de um livro de autoajuda que saiu no mercado recentemente e que está sendo vendido exorbitantemente na livraria...
Achei estas críticas no wikipedia e achei muito engraçado e realista.
“Embora continuem populares, os livros e programas de autoajuda têm sofrido críticas por oferecer "respostas fáceis" para problemas pessoais complicados. De acordo com essa visão, o leitor ou participante recebe o equivalente a um placebo enquanto o escritor e o editor recebem os lucros.
O livro God is My Broker ("Deus é meu Agente") afirma, "O único modo de se tornar rico com um livro de autoajuda é escrever um". Livros de autoajuda também são criticados por conter afirmações pseudo-científicas que podem induzir o comprador a seguir "maus caminhos" e citações de teorias de outros autores que não condizem com o livro.
Outra grande crítica a autoajuda é o oferecimento de coisas que podem não ser atingidas pelo leitor como riqueza ou saúde, bastando acreditar em si mesmo, porém quando o leitor não atinge a meta proposta pela autoajuda, este torna-se infeliz por ser incapaz de realizar seus desejos.
Por fim, Wendy Kaminer, em seu livro I'm Dysfunctional, You're Dysfunctional ("Eu sou deficiente, você é deficiente"), critica o movimento da autoajuda por encorajar as pessoas a focarem o desenvolvimento pessoal, em vez de se unirem a movimentos sociais, para resolverem seus problemas.”
A única forma de focar rico com um livro de autoajuda e escrevendo um...
Autoajuda é tão chato que acho até uma ofensa marcar este post na categoria "literatura".
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