Itinerário Interno é o título de um livro de poesia do poeta belenense Pedro Viana, desde que ganhei este livro em um sorteio na rádio eu me apaixonei por tal título, tente sentir a comunhão destas palavras, há muito que filosofar em cima delas. Estive relendo este livro que ganhei em junho de 2007 e é engraçado como às vezes levamos tempo para perceber algumas das leituras mais belas que em outrora deixamos passar, talvez por menosprezar ou simplesmente por não entender a abordagem em outro momento.
Livro Itinerário Interno_ Pedro Viana
O texto de apresentação é do paraense Antonio Moura, ele é roteirista de cinema e vídeo, Antônio Moura atua como professor no Centro de Comunicações e Artes do SENAC-SP, além disso, é poeta com vários poemas publicados no Brasil e no EUA. Minha reflexão será em cima deste texto e não do livro em si (livro que por si só renderia uma boa discussão, pois é fantástico).. Ele começa o texto com uma citação de Paul Klee, pintor suíço que misturava em suas obras as influencias do expressionismo, cubismo, futurismo, surrealismo, e abstracionismo, mas suas imagens são difíceis de serem classificadas. A citação é a seguinte:
“Quanto mais caótico torna-se o mundo, mais abstrata torna-se a pintura”.
(Cabeça de Homem, Paul Klee, 1922)
A seguir Pedro Viana faz uma reflexão em cima desta citação:
“Quanto mais caótica, quanto mais impermeável e assustador o cenário exterior que nos cerca, mais a expressão busca paisagens interiores por onde transitar e habitar. Não como fuga, mas como necessidade de recriar um espaço vivo, buscando, através de suas imagens, a possibilidade de uma existência mais próxima do ser”.
Creio que a pintura é uma das formas mais incríveis de representação de mundo, nela podemos verificar todo um contexto histórico-social representado pelo pincelar de algum artista. Agora sim, vamos ao que interessa... Não vou me prender ao período clássico, neoclássico, renascentista, etc. Se abordassem tais temáticas daria para fazer uma monografia... Vou tratar mais especificamente, e de forma breve, sobre as vanguardas europeias.
Nos inícios dos anos 1900 vemos a Europa caracterizada por duas situações antagônicas: a euforia provocada pelo progresso industrial e o pessimismo causado pela consequência deste avanço, pessimismo que levou ao decadentismo simbolista. Este clima cria um ambiente propício para a arte, há a necessidade de expressar esta realidade, surge a partir de então várias tendências, as chamadas Vanguardas Europeias: Futurismo, Expressionismo, Cubismo, Dadaísmo e o Surrealismo. Após isso surge o modernismo português iniciado em março de 1915 com o lançamento da revista Orpheu e as tendências contemporâneas logo a seguir.
Futurismo
Foi iniciado em 20 de fevereiro de 1909, pelo escritor italiano Filippo Tommaso Marinetti, o manifesto é muito grande, portanto, eis alguns de seus principais postulados:
- Nós queremos cantar o amor ao perigo, o hábito à energia e à temeridade.
- Os elementos essenciais de nossa poesia serão a coragem, a audácia e a revolta.
- Nós queremos a abominação do passado.
Esta tela é de Umberto Boccioni's, um dos principais artistas do movimento. Observe como ele retrata a modernidade a partir de um cenário turbulento da vida urbana, a velocidade, o futuro industrial que nega totalmente o passado.
O futurismo foi o pontapé inicial para a expressão de todo o sentimento social deste período, a partir de agora o artista poderia retratar a arte pela realidade, fugindo dos padrões preestabelecidos de técnicas e extrema beleza, como a perfeição dos padrões da antiguidade clássica. Quanto mais moderno se torna o mundo, mais vemos a desfiguração da arte, mais vemos os artistas interpretarem o mundo de forma mais abstrata.
Dadaísmo
Ao lembrarmos do Dadaísmo, que segundo a própria estética “não quer dizer nada”, porém na verdade diz tudo. A principal característica Dadaísta é a crítica ao capitalismo e ao consumismo, ironizando a modernidade e a política vigente.
(FALTA TERMINAR)
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