quinta-feira, 30 de agosto de 2012

One For The Road - The Kinks

Você já ouviu falar da banda britânica The Kinks?

Fazendo um breeeve apanhado, o The Kinks surgiu em Muswell Hill, Londres e foi fundada pelos irmãos Ray Dane Dave Davies em 1964. Foi considerada como uma das bandas da invasão britânica da década de 60. Durante os 32 anos de duração da banda ela teve Ray e Daves como os únicos integrantes originais, o restante dos integrantes foram constantemente substituídos ao longo da sua carreira.

Infelizmente o The Kinks é uma banda extremamente desconhecida, em relação a trilhas sonoras, só vi ter uma canção no filme “Piratas do Rock”, filme fodão onde a trilha sonora só era da década de 60, a canção escolhida foi All Day and All of the Night do primeiro álbum lançado. Também é uma tristeza conseguir algo deles pela net, seja lá o que for....

A fama do The Kinks foi alcançada em 1964 com seu terceiro single “You Really Got Me", sucesso que alcançou o topo das paradas no Reino Unido e entrou no Top 10 nos Estados Unidos. Podemos dizer que o auge do Kinks foi no período da década de 60, com os discos Face to Face, Kinda Kinks, Kinks-Size, etc. Os álbuns lançados a partir deste período não foram muito aceito pelo público, pois em muito houve uma mudança da sonoridade inicial, assim como um certo apanhado teatral na apresentações...

Já no final da década de 70, os trilhos da música já estavam mudando e agora as bandas estavam seguindo um ritmo de um rock mais “sujo” com distorções de guitarra e deixando o colorido do movimento hippie de lado. Foi em 1979 que o Kinks lançou o álbum “Low Budget”, a sonoridade deste álbum foi totalmente diferente dos padrões que o Kinks já havia mostrado ao público (não vou me prender a falar das letras sarcásticas ou críticas da banda, pois esta era uma de suas características desde sua criação). Não era a banda de terninho da década de 60, nem os cabeludos hippies de 70.


Vemos em Low Budget muita guitarra distorcida e alta acompanhando uma bateria porrada, um rock and roll bem envolvente que dá vontade de bater cabeça, acompanham essa características principalmente as músicas: Attitude, Preassure (lembra a introdução de johnny b goode) , (Wish I Could Fly Like) Superman, Low Budget e Mirery. Tem até um blues bacaninha, a 8° canção do álbum, chamada A Gallon Off Gas.

Este álbum é firme, porém a gravação de estúdio deixou a desejar um pouco, se você ouvir somente a gravação de estúdio pode ter até uma decepção com o Kinks, mas garanto que se ouvir a gravação ao vivo vai pirar, nenhuma das pessoas que apresente o Kinks veio de mimimi. A piração gama vai mesmo surgir se você assistir o show “One for the Road” gravado em 1979 (ao vivo) neste show constam todas as canções de Low Budget, assim como as principais canções da carreira da banda, como Lola, You Really Got Me, foi All Day and All of the Night e Victoria.


A alma desse show é a música Superman. Infelizmente você não vai achar para vender em canto nenhum este show, mas pode ver alguns vídeos postados no youtube. Vou deixar os links aqui para você conhecer um pouco do The Kinks neste show.

O DVD é composto por 12 faixas que são:
1- All Day and All of the Night;
2- Lola;
3- Low Budget;
4- Superman;
5- Attitude;
6- Celluloid Heroes;
7- The Hard Way;
8- Where Have All the Good Times Gone;
9- You Really Got Me;
10- Preassure;
11- Catch Me Now I'm Falling;
12- Victoria.

Após as faixas do show podemos acompanhar nos EXTRAS do DVD, 4 clipes oficiais do Kinks:
1- Come Dancing;
2- Predictable;
3- State of confusion;
4- Don’t forget to dance;


Superman:
http://www.youtube.com/watch?v=iE_FpRvoKnw

Low Budget:
http://www.youtube.com/watch?v=0HEW5bXqKbU

You Really Got Me:
http://www.youtube.com/watch?v=aCbl8cgUkEM&feature=related

Victoria:
http://www.youtube.com/watch?v=vW-JYsF3xHI

Lola:
http://www.youtube.com/watch?v=C__CgQlaykI

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Idiocracy: comédia ou previsão?

Idiocracy é um filme de humor negro lançado em 2006 e trata sobre um rumo que a sociedade tomou, fruto de sua própria ignorância opcional, um futuro onde a inteligência foi extinta.


Acompanhamos no início do filme a história de um casal “inteligente” (sem ironia) ao longo do tempo, desde o começo do relacionamento com planos futuros até a morte do marido. A abordagem feita neste trecho do filme é referente ao planejamento familiar seguido fielmente pelo casal com um QI bastante elevado. O casal é inteligente e sempre adiam a vinda de um filho por algum motivo, acaba que o marido morre e não deixa nenhum...

Paralelamente acompanhamos um casal idiota, onde ambos não fazem nada de importante, não possuem qualquer senso crítico, são obesos, simplesmente possuem vários filhos em uma casa bem humilde e bagunçada, eles ficam o tempo todo brigando e gritando e a mulher nem “entende” como engravidou mais uma vez...

Comparando ambos os casos já podemos ter uma noção sobre qual será a temática do filme: pessoas com uma capacidade intelectual baixíssima proliferam sem controle, enquanto que pessoas inteligentes planejam tanto ter uma família que chegam a morrer cedo e acabam não deixando descendentes (isto é o que já podemos ver em vários países europeus).

A alma da ignorância prolifera sem controle, o resultado disso é um futuro com uma raça humana completamente idiota e sem qualquer tipo de entendimento e controle sobre os mais diversos setores da sociedade. O filme gira em torno de um personagem central Joe, vivido pelo ator Luke Wilson, ele que é um militar (sem família e amigos) que é convocado juntamente com uma prostituta (que vai sem saber do que se trata) para ser cobaias em um experimento militar de hibernação que acaba dando errado, o que seria apenas alguns anos acaba resultando em 500 anos de puro sono.

(mundo caótico de Idiocracy)

A máquina em que Joe estava é aberta por acidente neste futuro e ele acorda em um mundo totalmente caótico, onde a sociedade está totalmente controlada pelo consumismo e vulgaridade. O governo não sabe como resolver o excesso de lixo, a escassez de água, o lixo se acumula em montanhas gigantescas aos redores da cidade e a água foi substituída por uma bebida energética, sendo que eles usam água potável nas descargas de sanitários.

Neste humor negro o presidente dos EUA é Dwayne Elizondo Mountain Dew Herbert Camacho, ator pornô e campeão de luta livre, estrelado pelo ator Terry Crews (o Latrell de As Branquelas), ele que é considerado o homem mais “inteligente” da humanidade.


Joe é preso por algum motivo banal e consegue sair da prisão da forma mais simples possível, ele chega com um guarda e diz que foi liberado. É uma bela crítica a má preparação da polícia nas penitenciarias.

Não há qualquer canal educativo na televisão (claro), o programa preferido a nível mundial é chamado “Oh! My Balls!” , programa onde o protagonista leva sucessivas pancadas no testículo. No cinema há apenas um filme que é febre mundial, ele chama-se “Ass”, só o que se passa durante o filme é uma bunda soltando repetidas flatulências barulhentas. Creio que nossa sociedade não está muito longe de lançar filmes assim, pois o que chama a atenção do público são os termos pejorativos e a constante exibição e insinuação de órgãos genitais.


A medicina beira o caos, Joe tenta ir a um médico e se depara com pessoas totalmente despreparadas para atender os pacientes, assim como um hospital totalmente insalubre. As atendentes usam um tipo de maquininha cheia de imagens, como brinquedo de criança, para avaliar a situação do paciente, só sendo permitido utilizar a configuração padrão e nada além.

Em um trecho do filme Joe faz um teste de QI que nada mais é do que encaixar alguns objetos em áreas que correspondam a sua forma, um brinquedo de neném, após a aprovação no teste ele causa um espanto nacional, pois fica sendo considerado o homem mais inteligente do mundo. Com isso ele vai conhecer o presidente e todas as responsabilidades governamentais caem em cima dele.

Bem, não vou fazer um resumo do filme, deixei aqui apena um post sobre a abordagem central, creio que quem assistir vai conseguir captar facilmente a mensagem magnífica e crítica repassada. Só acho que deveria ter tido um investimento melhor no enredo, já que foi relativamente feito com um orçamento baixo, pois em muito ele se parece com aqueles besteiróis americanos que adoram tratar de sexo.

Comédia ou previsão?

domingo, 26 de agosto de 2012

O enigma nuclear de Mohenjo Daro

Primeiramente sou alucinada por mistérios, principalmente aos que envolvem ufologia, criptozoologia, lugares enigmáticos etc. Imagino que alguns possuem conhecimento a respeito da obra de Erick Von Daniken, o pai da teoria dos astronautas do passado. Ele não afirma em momento algum a existência alienígenas, porém levanta vários fatos históricos que até hoje são um mistério

Assistindo a um dos episódios da séria “Astronautas do passado”, exibida na Discovery, me deparei com um caso novo para mim e é sobre ele que vou tratar neste texto.

O mistério de Mohenjo Daro


Mohenjo Daro foi uma cidade da Civilização do Vale do Indo, os Drávidas, localizado atualmente no Paquistão, ali foi considerado o berço da civilização Indiana, esta cidade é um sítio arqueológico com mais de 4 mil e muitos anos, foi descoberta em 1922 por arqueólogos e apresenta um dos maiores enigmas da antiguidade. Pelas ruas das ruínas da cidade foram encontrados aproximadamente 44 esqueletos com traços de carbonização e calcinação datando entre 1900 e 1500 anos a. C., todos de bruços e muitos segurando a mãos um dos outros, ainda encontraram-se também esqueletos de vários animais. Não foi possível identificar a causa da morte, mas é como e todos tivessem tido uma morte súbita, o próprio meio científico considera que algo diferente aconteceu em Mohenjo Daro.


(Ruínas de Mohenjo Daro)

Um enigma que paira sobre o achado destes corpos é referente ao grau de conservação dos esqueletos que permaneciam quase que intactos, não apresentando a deterioração normal do tempo, era como se a morte tivesse sido em poucos anos. Em uma região com muitos animais carnívoros, não era de se esperar tal fato. Também não encontrou-se armas e nenhum dos restos humanos e animais trazia feridas provocadas por armas, o que poderia indicar uma guerra.

(corpos encontrados nas ruas, todos juntos e alguns de mãos dadas)

Existem sinais de vitrificacão das rochas por toda a volta da cidade, processo que acontece quando uma rocha passa para um estado de magma (através de uma temperatura elevadíssima) e depois novamente para sólido, apresentando uma aparência de vidro. Por algum tempo acreditou-se que poderia ter ocorrido uma explosão vulcânica na região, o que poderia causar a vitrificação das rochas, porém não existem evidências de qualquer atividade vulcânica em milhões de anos pelas proximidades

(Vitrificação das rochas em Mohenjo Daro)

Após 20 anos de descoberta e enigmas ainda não revelados, as ruínas de Mohenjo Daro foram novamente estudadas. Um estudo sobre radiação foi realizado no local e mais um mistério surgiu: a cidade possui um nível altíssimo de radiação com origem não identificada. Níveis semelhantes de radiação só são observados em locais que houve alguma explosão nuclear como a região do Novo México (onde houve os primeiros testes nucleares) e nas ruínas de Nagasaki e Hiroshima no Japão. As ruínas da cidade revelam o epicentro da explosão que mede 45 m de extensão. Naquele local tudo ficou cristalizado, fundido ou derretido.

Agora partindo para as teorias dos astronautas do passado. O único lugar que podemos encontrar algum argumento referente ao fato é nas literaturas clássicas indianas.

O Mahabharata é um clássico indiano que descreve uma espécie de explosão catastrófica que abalou o continente, uma batalha travada nos céus. Evidências contidas no conto indicam semelhanças com a posição geográfica de Mohenjo Daro. Observe o trecho:

“Um único projétil, carregado com toda a força do Universo… Uma coluna incandescente de fumaça e uma chama tão clara quanto 10.000 sóis, apareceu em todo seu esplendor… era uma arma desconhecida, um trovão de ferro, um mensageiro gigantesco da morte, o qual reduziu às cinzas uma raça inteira. Os corpos estavam tão queimados que ficaram irreconhecíveis. Suas mãos e unhas caíram, os vasos estavam quebrados sem qualquer causa aparente, os pássaros se tornaram brancos. Após algumas horas, os alimentas ficaram infectados. Para escapar deste fogo, os soldados se jogaram no rio.“

Segundo o historiador Kisari Mohan Ganguli, diversos escritos indianos descrevem uma batalha antiga, ele diz o seguinte sobre a seção Drona Parva do Mahabharata:

“O trecho fala sobre um combate onde a explosão de armamentos de exterminação decimam exércitos inteiros, causando uma multidão de guerreiros com seus cavalos, elefantes e armamentos a serem carregados para longe, como se fossem folhas secas. Ao invés de nuvens na forma de cogumelos, o escritor descreve uma explosão perpendicular com nuvens de fumaça abrindo como um guarda-sol gigantesco. Há comentários sobre a contaminação dos alimentos e do cabelo das pessoas caindo.”


Vale ressaltar que o tais estudos sobre lugares perdidos e enigmáticos passaram a ser considerados a partir do encontro da cidade de Troia, o que até então era apenas uma cidade no poema de Homero, assim como a criptozoologia que ainda é estudada graças ao encontro de espécies enigmáticas ou até então consideradas extintas, como o celacanto.

As escavações na atualidade estão proibidas, por “exigências de conservação” do governo. O mesmo acontece com Nazca... Outra questão intrigante é a respeito dos corpos encontrados, eles simplesmente desapareceram, não por mágica, mas foram roubados juntamente com alguns artefatos recolhidos no local...

O que temos em Mohenjo Daro é uma suposta explosão atômica ou uma guerra nuclear não identificada. Mas como, se a bomba primeira bomba atômica só foi criada em 1945? Sendo que os primeiros testes ocorreram na manhã de 16 de julho de 1945, no deserto do Novo México? Como isso poderia ter acontecido?

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

John Williams e suas trilhas sonoras



John Williams é um considerado um dos maiores compositores da história, possui grande destaque pelos seus concertos e obras eruditas, mas o que mais eleva a carreira de Jonh são suas composições para trilhas sonoras de diversos filmes, principalmente os de Steven Spielberg . É atualmente o compositor norte-americano mais premiado da história da música cinematográfica e já recebeu até hoje, 47 indicações ao Oscar, ganhou cinco vezes e é o segundo artista com maior número de nomeações, ficando somente atrás de Walt Disney com 59. Além de tudo isso, já foi indicado 21 vezes para Golden Globe Awards, dos quais faturou 4 e obteve 59 indicações para o Grammy, onde acabou ganhando 20.


Breve histórico de vida: “John Towner Williams nasceu em Long Island, Nova Iorque no dia 8 de fevereiro de 1932 e rapidamente, em meados da década de 50, aos 18 anos, já se destacava como um grande talento promissor na Julliard School of Music – um dos principais conservatórios de dança, música e dramaturgia do mundo – exibindo já então em seucurriculum um primeiro concerto para piano. Ainda na metade desse decênio, migrou para a Califórnia e foi buscando conquistar espaço na vertente cinematográfica e, após alguns ofícios como pianista, trabalhando para mestres como Alfred Newman (Heaven Can Wait, 1943) e Bernard Herrmann (Citizen Kane, 1941) conseguiu chegar à orquestração magna de trilhas sonoras de alguns filmes em sua totalidade. Em constante ascendência, atingiu o auge de sua carreira durante o decorrer da década de 70, período no qual teve início um vínculo, uma espécie de “contrato”, com ninguém menos que Steven Spielberg, diretor com o qual trabalhou em sucessos arrebatadores.”

Acredito que quase todos que lerem esse texto jamais ouviram falar de Jonh, porém é quase impossível nunca ter ouvido uma de suas composições, se alguém lhe perguntasse quais as trilhas sonoras mais marcantes do cinema, provavelmente no mínimo uma seria de Jonh, vai dizer que você não se lembra do voo do super-homem em companhia da famosa melodia que parecia sustentá-lo no ar; podemos também logo lembrar de Darth Vader de sua entrada triunfal com a contundente “Marcha Imperial” ou relacionar alguma sensação de aventura com Indiana Jones.


Deparei-me com John após assistir o filme Memórias de uma Gueixa, filme que possui uma trilha totalmente composta por melodias orientais. Flautas, cítaras, violinos e tambores são alguns dos instrumentos de destaques para criar tal sonoridade (vale ressaltar que ela foi premiada com o Globo de Ouro em 2006). Eu não tinha conhecimento sobre a obra de Jonh, mas sempre gostei de concertos, por mais que eu gostasse da trilha ainda não havia parado para pesquisar quem era o tal compositor. Fui atrás desta trilha imaginando que seria uma composição originalmente oriental e eis que me deparo com Jonh, o mago das trilhas sonoras, um dos maiores compositores que já pude ver. Dentre meus arquivos ainda tenho composições flamencas, melodias com estilo medieval, tangos, etc. O cara é muito gênio.

Confira a música Brush on Silk: http://www.youtube.com/watch?v=_XFMMYo0dVE

John William conheceu o diretor Steven Spielberg em 1974, isto foi o marco para a carreira de ambos, Spielberg estava impressionado com seu talento e estava convencido de que Williams poderia compor a música tema para o filme “O Expresso Sugarland”, filme que estreou sua direção no cinema. Um ano mais tarde eles uniram-se novamente, agora para o filme Tubarão, sua composição considerada “sinistra” lhe rendeu seu segundo Oscar. Esta relação de amizade rendeu a trilha da maioria dos filmes de Spilberg como Jurassic Park, Jaws, Schindler's List e recentemente Cavalo de Guerra.

( John William e o diretor Steven Spielberg)

Também é parceiro do cineasta George Lucas, sendo o autor das famosas trilhas das bem sucedidas séries cinematográfica Star Wars e Indiana Jones. Outras trilhas famosas de autoria de Williams são a dos três primeiros episódios da série Harry Potter e a trilha do primeiro filme do Superman estrelado por Christopher Reeve.

A principal característica que o trabalho de John Williams foi assumindo em seus diversos trabalhos é fazer com que a melodia se torne totalmente impactante, onde sempre que alguém a ouvisse logo evocasse o personagem central da obra, neste caso uma referência por associação instantânea. As músicas são fortes, triunfais e de fácil assimilação, essa característica gerou um benefício para o diretor e para o compositor, pois o espectador está recordando o trabalho de ambos. Dessa forma, com melodias bonitas e bem trabalhadas, sua música era tanto apreciada por espectadores menos exigentes como valorizadas por aqueles acostumados a uma harmonia mais academicista, tornando-se um mundo sonoro a parte do filme. A esta característica denominamos técnica Wagneriana do leitmotiv, que consiste em identificar um personagem, um objeto ou uma ideia através de um motivo musical.

A popularidade da obra de John lhe rendeu algo inédito: vários dos seus álbuns atingiram os primeiros lugares nas paradas, ficando lado a lado com as estrelas pops do momento. Por exemplo, o álbum com a música de Guerra nas Estrelas, em apenas seis meses, vendeu dois milhões de cópias. Pops in Space (1980), a sua primeira gravação com a Boston Pops Orchestra, chegou ao 20º lugar na tabela de vendas do Natal de 1980.

Confira uma lista com toda a sua filmografia, indicações ao oscar e ao Globo de Ouro:
http://pt.wikipedia.org/wiki/John_Williams

Este vídeo trás um tributo a John, a orquestra toca em sequencia suas composições para vários filmes, a imagem está meio ruim, mas o áudio está bom:
http://www.youtube.com/watch?v=H3wxz__QKT8&feature=player_embedded

Star Wars - Marcha Imperial:
http://www.youtube.com/watch?v=Ce07wUVsBHU

Tubarão:
http://www.youtube.com/watch?v=bxjwQ9g62Mo

A Lista de Schindler:
http://www.youtube.com/watch?v=rJNInqZG2XI

Indiana Jones:

http://www.youtube.com/watch?v=ZOcoxo0llN0

Superman:

http://www.youtube.com/watch?v=BjIlBoGrVJM

Jurassik Park:

http://www.youtube.com/watch?v=oEZh88vz8b8

Going to School- Memoirs of a Geisha
http://www.youtube.com/watch?v=tdqBZoD6pWI

E

sábado, 18 de agosto de 2012

Projeto Traveling Wilburys, curte aí!


O que você acharia de um grupo musical que juntasse nada mais nada menos que Bob Dylan, Roy Orbison, George Harrison, Tom Petty e Jeff Lynne? Um orgasmo musical, um verdadeiro mergulho no rock and roll, não? Parece mentira, mas este grupo se formou e melhor ainda, lançaram dois discos, o sucesso do lançamento foi sucesso no período, vendendo milhões de cópias e trazendo a tona à carreira dos membros, porém não sei por qual motivo eles não terem o reconhecimento merecido hoje...


Este grupo foi intitulado The Traveling Wilburys, uma espécie de projeto musical que veio das entranhas da cabeça do nosso amado George Harrison, ex Beatles. Esta ideia foi um sucesso e a gravação do primeiro álbum se deu certa forma que por acaso, em 1988 através de muitos improvisos em um estúdio caseiro que Bob Dylan possuía em Malibu eles gravaram a faixa "Handle with Carei”. George adorou o resultado da sessão.

A primeira canção a ser gravada e que seria usada no lado B era "Handle with Care", ao levar a faixa até a gravadora A&M Records, houve um êxtase por parte do chefe, a partir de então surgia o grupo Traveling Wilburys, de forma completamente improvisada. Certa vez Harrison foi indagado sobre a formação do grupo e ele deu a seguinte resposta: "Se você tentasse reunir essas pessoas para uma banda e planejasse isso, jamais daria certo. A maneira que aconteceu foi pura mágica, sei lá, talvez fosse uma noite de lua cheia, algo assim”.


Este primeiro álbum foi intitulado “Traveling Wilburys Vol. 1 – 1988” foi gravado em cerca de 10 dias devido a uma iminente turnê de Bob Dylan, por este motivo os arranjos foram todos em Londres sem ele. Uma obra prima! O sucesso resultante do volume 1 deu a George a ideia de gravar o segunda álbum que seria intitulado volume 3 (para confundir o público).


Mas o que seria um grande acontecimento foi abalado por uma grande perda, a inesperada morte de Roy Orbison, de ataque cardíaco, no dia 6 de dezembro de 1988, aos 52 anos. A perda de Roy foi um choque para o restantes do grupo, então o álbum “Traveling Wilburys-Volume 3” só foi editado em 1990. Este segundo álbum não alcançou grande sucesso entre o público, a justificativa era de que ele foi planejado, ao contrário do primeiro que foi totalmente improvisado, assim como que sem a voz Roy ele não teria tanta graça.

(Eu já havia gostado infinitamente mais do primeiro álbum sem saber desta questão, não sei qual seria a sua opinião...).

Em 2007 foi editado um box com os dois CDs e mais um DVD contendo um documentário das gravações do primeiro álbum e todos os vídeos editados pelo Traveling Wilburys.

Como não queriam usar os nomes reais, resolveram criar uma espécie de irmandade, os Traveling Wilburys, os nomes foram os seguintes:

Nelson Wilbury - George Harrison
Otis Wilbury - Jeff Lynne
Lefty Wilbury - Roy Orbison
Charlie T. Jr. - Tom Petty
Lucky Wilbury - Bob Dylan

Sinceramente, o som deste grupo é muito foda, acho que quem curte um rock and roll deveria conhecer. Se não conhece é um “rockeiro” empolgado...onde já se viu se dizer “fã” de Dylan e não ter conhecimento da existência do Traveling? Sendo que Dylan foi o compositor de mais da metade das músicas dos álbuns...

Não tem mais nenhum link na internet para fazer o download dos álbuns, se alguém quiser basta entrar em contato que eu disponibilizo no meu skydrive, agora eu estou com murrinha para fazer esta tarefa...

Discografia

Traveling Wilburys Volume 1 (1988)
Traveling Wilburys Volume 3 (1990)
The Traveling Wilburys Collection (2007)

Escute o som e tire suas conclusões:


Tweeter And The Monkey Man

http://www.youtube.com/watch?v=ReQsRgQXgQY

She's my baby

http://www.youtube.com/watch?v=VkFunXTcsoA

Rattled

http://www.youtube.com/watch?v=72u4gtUWKm4

Editar este post

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Nefertiti Revelada _ Documentário (Discovery)_ comentários

Publicado originalmente na rede social: www.propost.com.br


A mitologia egípcia é a minha preferida, sem qualquer sombra de dúvidas!

Partindo para o Egito, terra dos faraós, o Mar morto banha o mar vivo de saberes e crença de um povo que ainda não conhecemos toda sua cultura e mistério. Pirâmides, esfinges, invasões bárbaras, faraós, escravidão, deuses... Uma infinidade de fatos que ainda não estão disponíveis para a nossa compreensão.

O rei Narmer fundou um reino unificado e estabeleceu a primeira de uma sequência de dinastias a cerca de 3150 a. C. Gostaria muito de poder me estender, mas este post possui um outro foco.

Nefertiti Revelada:

A Discovery possui uma série de documentários maravilhosos que tratam a respeito do Egito, mais precisamente sobre estudos feitos com múmias encontradas no Vale dos Reis, assim descrevem todo o período e tudo, até que cheguem a decifrar quem seria o tal (ou não).




Um de meus preferidos chama-se “Nefertiti Revelada”, este episódio trata a respeito de uma múmia encontrada no Vale que passou a se supor que fosse da rainha Nefertiti, esposa de Amen-hotep (o futuro Akhenaton). Nefertiti e Akhenaton reinaram durante a XVIII dinastia e ambos dedicaram-se friamente a criação de uma nova capital do Egito, chamada Aton, que seria em homenagem ao deus Sol. Este feito foi o causador de todos os problemas que ocorreram durante o reinado de Akhenaton, pois ambos tinham o propósito de criar uma sociedade monoteísta que cultuasse o deus Sol em um Egito totalmente politeísta. Enfim...

Segundo a lenda, o Egito nunca possuiu uma mulher tão bela. Nefertiti significava “perfeita” e sua imagem foi moldada esculpida por todo o Egito, porém a história de Nefertiti foi desaparecendo da história, sendo apagada a todo custo para não deixar qualquer rastro. O que Nefertiti teria feito de tão grave? A maioria dos bustos encontrados possuía a face quebrada, isto era um indício de uma maldição, onde a mulher que morreu não poderia ter qualquer contato verbal com um deus, o corpo deveria ser todo mutilado para que os deuses não viessem a conhecer quem ela foi em vida.

Nefertiti seria a última a esquerda, observe a face parcialmente destruída.

Após cerca de 3 mil anos uma múmia é achada juntamente com dois outros corpos escondidos no Vale dos Reis e pequenos detalhes mostram que aquela múmia esquecida, mutilada e saqueada era de Nefertiti, a mais bela mulher já vivente no Egito antigo e a única mulher que foi enterrada como um faraó devido ao seu poder em vida, uma verdadeira afronta aos deuses.

A Dra. Joann Fletcher é uma egiptóloga, especialista em mumificação na Universidade de York, Inglaterra, comandou a expedição que desenterrou Nefertiti de uma câmara secreta que fica na tumba KV35, no Vale dos Reis, em Luxor.

Principais comprovações para mostrar que a múmia abandonada não era um indigente, mas uma pessoa pertencente à nobreza:

Orelha com dois furos: diz à história que apenas duas mulheres usaram orelhas com dois furos no Egito antigo, uma delas era nefertiti, esta era uma “vaidade” apenas para mulheres que tivessem o mais alto escalão de nobreza e poder.

Cabeça raspada: a realeza egípcia possuía a cabeça raspada (acreditem, mas Cleópatra era carequinha), isto evitava o calor e o desconforto causado por parasitas. Mas o principal motivo da cabeça raspada era devido ao uso da tiara real a nobreza usava.

Peruca:
foi encontrada uma peruca junto ao túmulo de uma das múmias, isto chamou a atenção de Joanne Fletcher que a identificou as perucas de estilo núbio utilizadas no tempo de Akhenaton. Para Fletcher, especialista em cabelos, esta peruca foi usada por Nefertiti. Estas perucas eram feitas com os cabelos dos povos conquistados durante este período.

Crânio deformado:
a múmia possuía uma depressão no crânio, provavelmente pelo uso da tiara real que Nefertiti usava.

Braço falso:
os cientistas descobriram que o braço direito estava dobrado, ainda segurando um cetro real. Só faraós e rainhas tinham o direito de serem sepultados nessa posição. Porém havia um braço falso junto ao corpo, para demonstrar que o corpo era de qualquer pessoa.

Face destruída:
como já disse anteriormente, tudo o que fazia referencia a Nefertiti na História foi tentado ser apagado, e a maioria do que resta hoje são obras destruída, principalmente a face, pois ela era bela demais e causaria inveja nas deusas, assim como teve seu maxilar quebrado para não contar aos deuses quem era.

No final do vídeo uma simulação digital reconstitui a face de Nefertiti a partir de várias tomografias e raios-X tirados da múmia encontrada, o resultado é extremamente semelhante às imagens que temos de Nefertiti.


Muitos foram os pontos positivos para indicar que esta múmia seria de Nefertiti, porém um tirou as esperanças do estudo... A múmia foi identificada como sendo de uma mulher de vinte e cinco anos, o que torna pouco provável tratar-se de Nefertiti...

Após o estudo a tumba foi novamente fechada para evitar que as intempéries e invasores comprometam a integridade doas múmias.

Veja o vídeo da íntegra:
http://www.youtube.com/watch?v=iiZ265zowyQ

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Mundo caótico, arte abstrata!

Itinerário Interno é o título de um livro de poesia do poeta belenense Pedro Viana, desde que ganhei este livro em um sorteio na rádio eu me apaixonei por tal título, tente sentir a comunhão destas palavras, há muito que filosofar em cima delas. Estive relendo este livro que ganhei em junho de 2007 e é engraçado como às vezes levamos tempo para perceber algumas das leituras mais belas que em outrora deixamos passar, talvez por menosprezar ou simplesmente por não entender a abordagem em outro momento.

Livro Itinerário Interno_ Pedro Viana


O texto de apresentação é do paraense Antonio Moura, ele é roteirista de cinema e vídeo, Antônio Moura atua como professor no Centro de Comunicações e Artes do SENAC-SP, além disso, é poeta com vários poemas publicados no Brasil e no EUA. Minha reflexão será em cima deste texto e não do livro em si (livro que por si só renderia uma boa discussão, pois é fantástico).. Ele começa o texto com uma citação de Paul Klee, pintor suíço que misturava em suas obras as influencias do expressionismo, cubismo, futurismo, surrealismo, e abstracionismo, mas suas imagens são difíceis de serem classificadas. A citação é a seguinte:

“Quanto mais caótico torna-se o mundo, mais abstrata torna-se a pintura”.

(Cabeça de Homem, Paul Klee, 1922)

A seguir Pedro Viana faz uma reflexão em cima desta citação:

“Quanto mais caótica, quanto mais impermeável e assustador o cenário exterior que nos cerca, mais a expressão busca paisagens interiores por onde transitar e habitar. Não como fuga, mas como necessidade de recriar um espaço vivo, buscando, através de suas imagens, a possibilidade de uma existência mais próxima do ser”.

Creio que a pintura é uma das formas mais incríveis de representação de mundo, nela podemos verificar todo um contexto histórico-social representado pelo pincelar de algum artista. Agora sim, vamos ao que interessa... Não vou me prender ao período clássico, neoclássico, renascentista, etc. Se abordassem tais temáticas daria para fazer uma monografia... Vou tratar mais especificamente, e de forma breve, sobre as vanguardas europeias.

Nos inícios dos anos 1900 vemos a Europa caracterizada por duas situações antagônicas: a euforia provocada pelo progresso industrial e o pessimismo causado pela consequência deste avanço, pessimismo que levou ao decadentismo simbolista. Este clima cria um ambiente propício para a arte, há a necessidade de expressar esta realidade, surge a partir de então várias tendências, as chamadas Vanguardas Europeias: Futurismo, Expressionismo, Cubismo, Dadaísmo e o Surrealismo. Após isso surge o modernismo português iniciado em março de 1915 com o lançamento da revista Orpheu e as tendências contemporâneas logo a seguir.

Futurismo

Foi iniciado em 20 de fevereiro de 1909, pelo escritor italiano Filippo Tommaso Marinetti, o manifesto é muito grande, portanto, eis alguns de seus principais postulados:
- Nós queremos cantar o amor ao perigo, o hábito à energia e à temeridade.
- Os elementos essenciais de nossa poesia serão a coragem, a audácia e a revolta.
- Nós queremos a abominação do passado.

Esta tela é de Umberto Boccioni's, um dos principais artistas do movimento. Observe como ele retrata a modernidade a partir de um cenário turbulento da vida urbana, a velocidade, o futuro industrial que nega totalmente o passado.

O futurismo foi o pontapé inicial para a expressão de todo o sentimento social deste período, a partir de agora o artista poderia retratar a arte pela realidade, fugindo dos padrões preestabelecidos de técnicas e extrema beleza, como a perfeição dos padrões da antiguidade clássica. Quanto mais moderno se torna o mundo, mais vemos a desfiguração da arte, mais vemos os artistas interpretarem o mundo de forma mais abstrata.

Dadaísmo
Ao lembrarmos do Dadaísmo, que segundo a própria estética “não quer dizer nada”, porém na verdade diz tudo. A principal característica Dadaísta é a crítica ao capitalismo e ao consumismo, ironizando a modernidade e a política vigente.

(FALTA TERMINAR)

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Conheça o PROPOST!

A cada dia que passa você já percebeu o quanto o hábito de escrever está se tornando retrógrado? Com o uso massivo das redes sociais cada vez mais as pessoas se limitam para escrever e o que vemos hoje é um mundo tomado por imagens "engraçadas".

Você acha isso certo e saudável?

Após séculos chegamos há um nível de intelectualidade que está se deteriorando, imagine o que Platão, Descartes, Aristóteles, Da Vinci, Camões, entre outros, achariam disso... Desenvolvemos uma filosofia para abrir as mentes da sociedade e hoje ela está na caverna mais do que nunca.

De certa forma estamos voltando a ser homens das cavernas que só sabiam se expressar por imagens. Talvez eles ainda tenham sido melhores, pois esta imagens ajudaram a contar a ua história na terra, agora o que um "meme" deixará?

PROPOST é uma nova rede social onde a ideias é estimular o hábito de escrever.

Aqui você poderá conhecer pessoas que tenham tal hábito ou que estejam a fim de desenvolver o mesmo, e o melhor, você só irá favoritar quem você achar interessante.
É como se fosse a união de muitos blogs.

O PROPOST é uma iniciativa de alguns jovens paraenses, que tal conhecer?

Acesse o link e crie sua conta:

http://www.propost.com.br/



OBS: Muitas ferramentas ainda não funcionam, pois estão em fase de aprimoramento.

AQUI A PROPOSTA É POSTAR!

FORREST GUMP, IT'S ONLY ROCK 'N' ROLL!


A trilha sonora do filme Forrest Gump é uma das mais célebres que já pude ouvir tão boa quanto às trilhas dos filmes de Quentin Tarantino, por exemplo, em Death Proof podemos ouvir até T. Rex... Mas o que há de mais interessante na seleção das músicas do filme é que elas acompanham uma ordem cronológica de tempo, se você analisar bem o contexto histórico (acompanhe o texto que o Alexandre escreveu e enviou anteriormente), que é retratado em determinada cena e for atrás do período em que determinada banda ou música fez sucesso, irá ver que datam do mesmo período.

No início do filme podemos ver Forrest ainda criança influenciando Elvis, isto nos remete a década de 50; podemos acompanhar o movimento hippie e a bandas que foram auge entre o movimento durante a década de 60 por criticar a Guerra do Vietnã e criar um clima de “paz e amor”; podemos ver o folk de Joan Baez e Bob Dylan despertando um sonho frustrado em Jenny em se tornar cantora, também na década de 60, momento em que o folk teve seu auge com suas canções políticas; vemos Forrest brigando na “festa de panteras negras”, segundo ele, ao som de Jimi Hendrix ou mais além, na década de 80 com Forrest mais velho e cansado querendo voltar para casa ao som de Bob Seger, que teve seu auge neste período.

A trilha sonora de Forrest Gump está na Lista dos 200 álbuns definitivos no Rock and Roll Hall of Fame que relaciona os melhores álbuns já produzidos por artistas ou bandas de toda a história da música mundial de acordo com os critérios do Rock and Roll Hall of Fame e da National Association of Recording Merchandisers (NARM). Nesta lista podemos ver álbuns consagrados na história como: Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band (Beatles), Sticky Fingers (The Rolling Stones), Blood on the Tracks (Bob Dylan), etc.

No final do texto há um link, basta você acessar e ver quais álbuns estão incluídos nesta lista. Também deixo um link para você acessar e ver a maioria das músicas que constam na trilha sonora do filme, que foi dividida em dois CD’s, você também pode ver uma seleção de músicas que tocam no filme, mas que não foram incluídas na trilha sonora, disponibilizo também para download as músicas pelo skyDrive.

A seguir segue uma seleção de músicas que fiz que talvez fossem as mais relevantes ao criar uma áurea mágica pela comunhão entre a melodia, letra e momento retratado.

1)“Blowin' In The Wind” – Bob Dylan

36 min de filme:
Vemos Forrest se dirigindo até o Estado de Memphis para assistir Jenny apresentar-se em um club stripper. Durante o anúncio de entrada de Jenny no palco ela é anunciada como “Nossa bela Beatnik, a loiríssima Bob Dylan!”.

Vale ressaltar o porquê de “Beatnik”, este que foi um movimento sociocultural nos anos 50 e princípios dos anos 60 que revelou um estilo de vida anti-materialista, na sequência da 2.ª Guerra Mundial, período em que o estilo folk esteve em alta, um sucesso entre a juventude do período.

O sonho de Jenny era ser cantora de folk como Joan Baez, nesta cena ela aparece cantando “Blowin' In The Wind” de Bob Dylan, música regravada por Joan Baez. Esta música muito vem a calhar com o contexto do filme nesta cena, e principalmente pelos sonhos da geração beatnik de paz e amor entre os homens, em um período de guerra:

Yes and how many ears must one man have
Before he can hear people cry?
Yes and how many deaths will it take till he knows
That too many people have died
The answer, my friend, is blowin' in the wind
The answer is blowin' in the wind.

Sim, e quantas orelhas um homem precisará ter
Antes que ele possa ouvir as pessoas chorar?
Sim, e quantas mortes ele causará até saber
Que pessoas demais morreram?
A resposta, meu amigo, está soprando ao vento
A resposta está soprando ao vento



2)“Fortunate son” – Creedence

40 min de filme:
Forrest e Bubba chegam ao Vietnã, pois são convocados para a guerra. Durante esta cena onde o helicóptero os deixa no local e eles observam ao redor com um olhar de curiosidade, o próprio diálogo de ambos deixa a transparecer a falta de conhecimento da realidade da guerra. A trilha sonora é “Fortunate son” do Creedence, uma banda de country rock californiana que teve seu auge nas décadas de 60 e 70.

A música encaixa-se muito bem o momento descrito no filme de lutar incansavelmente pela pátria. Podemos até observar na letra da música uma forma subjetiva de falar da bandeira dos Estados Unidos:

Some folks are born made to wave the flag,
ooh, they're red, white and blue
(…)
Yeh, some folks inherit star spangled eyes,
ooh, they send you down to war, Lord,
And when you ask them, how much should we give,
oh, they only answer:
more, more, more!

“Alguns nasceram para agitar a bandeira
Elas são vermelhas, brancas e azuis
(...)
Alguns herdam estrelas reluzentes
Eles mandam você para a guerra
E quando você pergunta a eles:
"Quanto devemos dar?"
Eles apenas respondem:
Mais! Mais! Mais!"




3)“Soul Kitchen” – The Doors

46 min de filme:
Forrest já está em plena floresta do Vietnã com o exército americano, todos em alertas para um possível ataque, ele descreve angustiado uma chuva constante e as intempéries da natureza enfrentada durante os percursos militares na área. A trilha sonora desta cena é “Soul Kitchen” de The Doors, Veja a seguir um trecho da música:

I guess I'd better go Now.
I'd really like to stay here
All night.
The cars crawl past all stuffed with eyes.
Street lights share their hollow glow.
Your brain seems bruised with numb surprise.

Eu acho que é melhor ir embora agora
Eu realmente gostaria de ficar aqui a noite toda
Os carros vão passando lotados de olhares
As luzes da rua deixam seu rastro falso
Seu cérebro parece ter sido esmagado pela surpresa entorpecida.

O último verso deste trecho deixa transparecer bem a situação enfrentada por Forrest, a surpresa com o local, o que logo se tornará comum e banal após ter seu “cérebro entorpecido”, ituação comum vivida entre os jovens militares que lutam na guerras.



4)“California Dreamin” – The Mamas & The Papas

48min de filme:
Forrest Gump escreve uma carta para Jenny, ele está em um acampamento militar em plena floresta por baixo de muita chuva, sua “barraca” é apena um plástico sob uns galhos. Forrest insiste em comunicar Jenny de todos os seus passos e a lhe perguntar sobre os seus... Em vão...

Durante esta cena ouvimos “California Dreamin” de The Mamas & the Papas, um grupo vocal formado em Nova Iorque (EUA) nos anos 60, grupo que foi um sucesso entre o movimento hippie. Estava entre as únicas bandas norte-americanas a conseguir manter o sucesso e a par de poder competir com a Invasão Britânica

Agora, qual a relação desta música com o enredo?
Jenny é da Califórnia, na própria cena do club em que ela canta, ela é anunciada como deste estado. Observe um trecho da musica a seguir, podemos tirar uma conclusão dos pensamentos de Forrest em querer estar com ela:

I'd be safe and warm
If I was in L.A
California Dreaming'
On such a winter's day
(…)
If I didn't tell her
I could leave today
California Dreaming'
On such a winter's day

“Eu estaria protegido e aquecido
Se estivesse em Los Angeles.
Sonhando com a Califórnia,
Num dia assim de inverno.
(...)
Se eu não contasse a ela,
Eu poderia partir hoje.
Sonhando com a Califórnia,
Num dia assim de inverno.”


No Vietnam está frio e chuvoso e Forrest sonhar com Jenny, sonha com o calor da California, e tudo que se passa ao redor ele insiste em relatar para ela.
Ainda durante a música, Jenny aparece com um visual hippie, provavelmente na
Carlifornia.




5)“For What It's Worth” - Buffalo Springfield

49 min de filme:
Forrest caminha sob a chuva e fala:
“Um dia a gente estava andando como sempre e sem mais nem menos alguém desligou a chuva e o sol apareceu!”
Logo após esta fala acontece um ataque por parte dos vietnamitas aos militares americanos. Até este momento Forrest ainda não havia presenciado nenhum ataque ao batalhão.

A trilha sonora desta cena se encaixa perfeitamente, pois sua letra descreve a situação dos soldados em batalha, a música é “For What It's Worth“ da banda norte-americana Buffalo Springfield formada em 1966 , de estilo folk rock. Esta banda serviu de plataforma de lançamento para a carreira de Neil Young. A seguir um trecho de For What It's Worth:

There's something happening here.
What it is ain't exactly clear.
There's a man with a gun over there
A-telling' me I've got to beware.
(…)
There's battle lines bein' drawn.
Nobody's right if everybody's wrong.
Young people speakin' their minds
A-getting' so much resistance from behind

“Alguma coisa esta acontecendo aqui
O que isto é, não esta claro.
Ali tem um homem com uma arma.
Me dizendo que tenho de estar alerta.
(...)
A linha de batalha esta desenhada.
Ninguém esta certo se todos estiverem errados.
Jovens falando em suas mentes.
Eu tenho muita resistência por de traz.”

Estes trechos nos deixa os sentimentos que os jovens militares deveriam sentir em plena guerra, vemos uma juventude interrompida e sem preparação física e mental para o referido fato.




6) The Doors – The Doors e Strange Days (álbuns)
59min de filme:
Durante o ataque descrito anteriormente Bubba morre e os militares feridos são levados para um hospital, devido ao acidente o Tenente Dan Taylor perde suas pernas.
Durante o momento de internação de Forrest no hospital ele descobre uma grande habilidade para jogar ping pong e vira uma atração entre todos.

Toda a trilha sonora durante as cenas no hospital são os trechos iniciais de todas as músicas do disco “The Doors” e a música “People are Strange” do segundo disco “Strange Days”, ambos do grupo musical The Doors, banda de rock norte-americana formada em 1965.



7)“Volunteers” – Jefferson Airplane

60min de filme:
Forrest já havia voltado do Vietnã e recebido uma medalha de honra do governo, após este evento ele decide ir até Washington fazer um passeio. Ele está em frente a um ônibus com uma faixa escrita os seguintes dizeres “Veteranos do Vietnã, contra a guerra do Vietnã”. Forrest é confundido com um dos veteranos de guerra e é levado até um palanque onde há um homem discursando. Gostaria de pedir para quem souber quem é o homem que faz o discurso pudesse me informar, creio que deve ser alguma referência histórica.

A trilha desta cena é “Volunteers” de Jefferson Airplane, banda americana de rock psicodélico formada em São Francisco no ano de 1965, uma pioneira do movimento musical psicodélico. O ponto central abordado nesta cena é a revolução da sociedade indo às ruas contra a guerra, veja o trecho de “Volunteers” abaixo que retrata esta situação:

Look what's happening out in the streets
Got a revolution, got to revolution.

Olhe o que acontece lá fora nas ruas
Tem uma revolução, vamos pra revolução.





8)Get Together - de The Youngbloods

1hr5min de filme:
Forrest é expulso juntamente com Jenny da reunião dos Panteras Negras, após isso eles vão caminhar por Washington, Jenny conta para Forrest sua jornada pelo mundo e como ela “expandiu” sua mente. Esta cena nos remete ao movimento hippie que Jenny estava seguindo todos os preceitos.

A trilha desta cena é “Get Together” de The Youngbloods, uma banda de folk-rock formada em 67 na cidade de Boston (EUA). Esta música foi praticamente seu único sucesso e as outras músicas muitas das vezes foram consideradas um verdadeiro fiasco. Parte da comunidade Hippie adotou esta musica como hino por “abrir fronteiras” para o mundo. Get Together foi regravada até por Jefferson Airplane, o que lhe rendeu bastante sucesso. Veja um trecho a seguir:

Smile on your brother
Everybody get together
Try to love one another right now
Some will come and some will go
And we shall surely pass.

Sorriso para seu irmão
Todo mundo se reúne
Tente amar um ao outro agora
Alguns virão e alguns irão
E nós, certamente passaremos.





9)“Love her Madly” – The Doors

1hrs20min:
Forrest comemora o ano novo com o Tenente Dan em um bar, ele começa a pensar em jenny e como ela deveria estar. Após esta cena aparece Jenny em um quarto com um homem, esta cena nos dá uma certa impressão de que Jenny está se prostituindo, ela arruma suas coisas e vai embora do quarto muito zangada e com o olho roxo. Forrest sempre imagina que Jenny está bem, porém ela não está.

A trilha desta cena é “Love her Madly” do The Doors, esta música retrata muito bem mais uma vez os sentimentos frustrados de Forrest devido ele não ser correspondidos por Jenny. Veja um trecho a seguir:

Don't you love her madly?
Don't you love her face?
Don't you love her as
She's walking' out the door
Like she did one thousand times before.

Você não a ama loucamente?
Você não ama o rosto dela?
Você não a ama enquanto
Ela sai por aquela porta
Como ela já fez mil vezes antes.



10)“I've Got to Use My Imagination” - Gladys Knight

Jenny chega até a casa de Forrest, passa uma temporada com ele e depois vai embora repentinamente, como sempre fez. Após este acontecimento Forrest sente-se totalmente desolado, pois somado ao evento da perda de sua mãe ele agora já não tem mais ninguém... Então ele decide algo: correr... correr...sem qualquer motivo. Ao longo de sua jornada Forrest Gump atrai a atenção de todos por onde passa, e “de quebra” alguns seguidores da sua grande “causa”.

A trilha desta cena é “I've Got to Use My Imagination”, da cantora Americana de soul, Gladys Knight. Ela fez muito sucesso no final da década de 70 e início de 80 com sua banda Gladys Knight & the Pips. Veja a seguir um trecho da canção muito bem escolhida para representar os sentimentos de Forrest:

I've really got to use my imagination
To think of good reasons
To keep on
Got to make the best of a bad situation.

Eu realmente tenho que usar minha imaginação
Para pensar em boas razões
Para continuar
Tenho que fazer o melhor de uma situação ruim.





11)“Against The Wind” - Bob Seger

Quem não lembra das frases clássica de Forrest correndo com uma legião de seguidores atrás, sendo que para ele aquelas pessoas não faziam qualquer sentido para sua vida, nenhuma solução ou ajuda para enfrentar seus problemas: “Minha mãe sempre dizia que devemos pôr o passado para trás antes de continuar, então eu acho que foi por isso que corri tanto!”. Após correr por tanto tempo e intrigando a todos Forrest repentinamente para, vira, olha para todos com uma aparência de cansado e fala: “Estou muito cansado, acho que vou pra casa agora!”.

Creio eu que esta cena seja uma das que mais condizem com a música escolhida para servir como trilha, a música é “Against The Wind” do cantor norte-americano Bob Seger que fez grande sucesso em meados da década de 80, sendo a música “Against The Wind” a canção que consagrou sua carreira.

Vemos na música a retratação de “correr” usado como uma metáfora de ir atrás de tudo, sempre em busca de novos horizontes, porém após algum tempo ter o desejo de voltar às origens, ao que de simples importa. Forrest corre literalmente, e esta sua ação de parar e voltar para casa representa bem esta sensação de voltar, pois já não há mais novos horizontes para ele.

We were running against the wind
We were young and strong
We were running against the wind

And the years rolled slowly past
And I found myself alone
Surrounded by strangers I thought were my friends
I found myself further and further from my home

And I guess I lost my way
There were oh so many roads
I was living to run and running to live
(…)

I began to find myself searching
Searching for shelter again and again
Against the wind. Nós corríamos contra o vento
Éramos jovens e fortes, nós corríamos.
Contra o vento

E os anos passavam-se lentamente
E me vi sozinho
Cercado por estranhos que eu achava que fossem meus amigos
Me encontrei mais e mais longe de casa

E acho que perdi meu caminho
Havia tantas estradas
Eu vivia para correr e corria para viver
(...)

E eu comecei a me ver procurando
Procurando por abrigo novamente e novamente
Contra o vento.




Faça o download das músicas pelo skyDrive:

https://skydrive.live.com/?cid=BA987FD92C10F27B&id=BA987FD92C10F27B%21369

Lista dos 200 álbuns definitivos no Rock and Roll Hall of Fame:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_dos_200_%C3%A1lbuns_definitivos_no_Rock_and_Roll_Hall_of_Fame

Músicas de Forrest Gump que estão nos dois álbus e as que não foram inseridas:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Anexo:M%C3%BAsica_de_Forrest_Gump

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

"A Paisagem Mental de Alan Moore: Escritor, Xamã" - Comentários

Não entendo muito a respeito do mundo dos quadrinhos, principalmente dos chamados “graphic novels”, já tive a oportunidade de ler alguns e os que me chamaram mais a atenção foram Wathman e V for Vendetta, coincidentemente do mesmo autor: Alan Moore.



Mas o que há de mais nas histórias criadas por ele? Não é qualquer leigo que terá em suas mãos um graphic escrito por Allan Moore e entenderá todo o contexto, ele aborda da forma mais racional e inteligente possível, diversas questões políticas e sociais que aconteceram ao longo da história.

Juntamente com Frank Miller, Neil Gaiman e alguns outros, ele foi um dos grandes responsáveis pela gradual mudança de status das histórias em quadrinhos no final do século 20, passando a conquistar um novo público nada infantil.

Veremos a abordagem de questões como a guerra fria, guerras mundiais, fascismo, nazismo, comunismo, clássicos da literatura universal, arte, etc. Sem contar a diversidade das obras que “decoram” o cenário, por exemplo, em V for Vendetta veremos um busto de Nefertiti decorando uma mesa, um quadro de Picasso na parede ou A Divina Comédia em um armário...

(Observe bem o que há neste cenário)

Como já conhecia algo sobre a obra de Allan Moore, quis saber quem era o intelectual por trás de todo aquele enredo, então tive acesso ao documentário sobre ele chamado: “The Mindscape of Alan Moore: Writer, Shaman (A Paisagem Mental de Alan Moore: Escritor, Xamã)”.


O documentário possui duração de 1h36min, a meu ver ele divide-se em três partes, que são:
1) Infância e o despertar do interesse por quadrinhos;
2) Ascenção como escritor, as obras e suas abordagens;
3) Reflexões sobre a condição humana e intelectualidades.


1) Ao vermos o intelectual Alan Moore não imaginamos a sua infância miserável em Northampton, Inglaterra, vindo de uma família de operários. Para ele o mundo era tudo aquilo que ele enxergava: a miserabilidade da classe operária. Para ele só existia duas estratificações sociais: os operários e a rainha. Esta visão só foi mudar após ingressar em uma escola conservadora, onde ele pode ver que existia outra classe social: a classe média.

Vemos neste início de documentário a retratação de um jovem que tinha uma boa vocação para os estudos, porém a sua condição social não lhe ajudou a manter esta posição, principalmente após ingressar em uma escola conservadora, onde a maioria dos jovens teve mais acesso ao estudo. Ele começa a deixar o estudos para trás, chegando até a ser expulso da escola aos 17 anos,

Moore não tinha qualquer formação profissional, porém foi o período em que ele começou a se aprofundar cada vez mais no mundo dos quadrinhos, até então ele conhecia apenas publicações simples e monocromáticas editadas para crianças operárias que mostrava a realidade em que ele vivia.

Este acesso aos de quadrinhos, até então desconhecidos, trouxe a Alan Moore a oportunidade de conhecer um novo mundo, agora ele lia histórias policromáticas que aconteciam em Nova York, o que segundo ele era um mundo a parte, não havia diferenças entre NY e Marte, ambos eram um universo longe do seu.

“Não é trabalho do artista dar ao público o que o público quer. Se o público soubesse o que quer, ele não seria o público, ele sim seria o artista. O trabalho do artista é dar ao público o que ele necessita.”


2) Esta segunda parte do documentário trata a respeito da ascensão de Allan Moore no mundo dos quadrinhos como escritor a partir do momento em que suas obras passaram a ser amplamente conhecidas pelo público. Este período foi quando ele passou a colaborar para a revista Warrior, agora ele podia trabalhar com toda a sua liberdade intelectual que até então era negada.

A partir de então sua obra passou a chamar cada vez mai à atenção do público que lhe fez receber a oportunidade de trabalhar para a indústria norte-americana de HQs, alcançando a popularidade que nunca havia imaginado.


Vale lembrar que Moore teve algumas de suas obras adaptadas para o cinema como: A Liga Extraordinária, V for Vendetta e Watchmen. Também vale lembrar que ele não gostou nada do que viu... Pela sua enorme decepção com V for Vendetta (realmente detonaram com a HQ) ele se recusa até hoje a assistir Watchmen...

Ele havia conquistado um grande sucesso que não era eu desejo, para ele a fama não significava absolutamente nada, ela era apenas algo criado para ocupar programas sensacionalistas e revista de fofoca. Neste período Alan Moore passa a se auto intitular um “mago” e opta por viver em certa reclusão social.


3) Nesta terceira parte vemos várias opiniões de Moore sobre algumas questões sociais, vemos um escritor vanguardista com a mente fervilhando de ideias incompreendidas pelo grande público, o que muito o faz se tachado como louco.

Entrando novamente na questão do “mago”, o que seria isto? Segundo Moore “Os escritores e as pessoas que controlam as palavras eram tão temidas quanto um mago”, para ele um mago era apenas capaz de transformar você em um monstro, porém o escritor era capaz de escrever uma sátira que destruiria você frente a sua família, amigos, sociedade e se a sátira fosse tão boa, ela ultrapassaria os limites da história e sua vergonha seria lembrada para sempre. Moore é um mago das palavras, ele reconhece sua intelectualidade e pretende mostrar ao público, para ele a arte no geral é uma forma de magia, é uma forma que o artista tem de expor uma ideia e fazer com que o público passe a ocupar um universo ainda não descoberto, como algo místico.


“A substancia que tem maior efeito sobre a nossa cultura e nossas vidas ó podemos ver seus efeitos, esta substância é a informação.”

Vemos ainda nesta terceira parte várias reflexões pessoais a respeito da sociedade e seus avanços intelectuais, sem contar uma abordagem que retrata a questão da ciência ser um fruto da magia (ele usa a pesquisa da física quântica como exemplo).

Moore propõe a existência de um território hipotético existente em nós, humanos, o chamado “espaço-ideia” da mente que deve ser explorado para deixarmos de agir debilmente apena para viver um dia após o outro, após o alcance do ápice da capacidade intelectual. Este território hipotético não é uma questão científica, pelo contrário é uma abordagem proveniente de sistemas místicos como o tarô e a Cabala, sistemas que fornecem um mapa da condição humana.

Creio que quem tiver a oportunidade de ver este documentário irá se surpreender com a intelectualidade deste xamã, assim como se interessará sem dúvidas em conhecer a sua obra.

Creio que assim como eu, você passará a ver o mundo dos quadrinhos de uma forma nunca imaginada. O que você acharia de uma história em HQ que explorasse um universo erótico trazendo personagens da literatura universal no enredo? Em “Lost girls” o autor promove um mergulho nas aventuras eróticas de três das mais populares personagens da literatura infantil: Alice, de “Alice no país das maravilhas”, Wendy, de “Peter Pan”, e Dorothy, de “O mágico de Oz”.


Em “A Liga Extraordinária” podemos ver personagens da literatura criados por Júlio Verne (capitão Nemo), H.G. Wells (Rodney Skinner), Oscar Wilde (Dorian Gray), etc. Todos juntos lutando contra o crime em uma Era Vitoriana.


“Como seres humanos, habitamos dois mundos distintos e separados, habitamos duas paisagens. Habitamos o mundo físico, sendo que ao mesmo tempo nós só podemos experimentar verdadeiramente nossa percepção deste mundo, parece que na verdade, nós mais vivemos em um mundo de pura consciência e ideias, e me surpreendem os territórios que devem existir neste espaço mental que deve ser composto inteiramente de ideias e conceitos em lugar de ilha e continentes, deve haver grandes sistemas de crenças e filosofias.”


Para a alegria de todos, temos o documentário no youtube, segue o link da parte 1:

http://www.youtube.com/watch?v=VD3YAn9Moxs