terça-feira, 31 de julho de 2012

Augusto dos Anjos, o poeta do pessimismo


"Escarrar de um abismo noutro abismo,
Mandando ao Céu o fumo de um cigarro,
Há mais filosofia neste escarro
Do que em toda a moral do cristianismo."
(Augusto dos Anjos)

Este é um dos poeta que mai me influenciaram, que mais me fizeram a mergulhar neste mundo da poesia, posso confiar a Mario faustino e Augusto dos Anjos meus eternos agradecimentos por terem me mostrado o que é a beleza da escrita em formas de verso. Pela poesia podemos mergulhar em um mundo de interpretações com palavras profundas.

Posso ter muito de pessimista em alguns versos meus, mas a poesia é isto... A profunda expressão do eu lírico, o objetivo não é agradar ao outro, se fosse assim não haveriam as várias formas de expressões ao longo da história.

"A cada hora que passa, sopra o vento
Brisa leve que espalha o pó
Jaz nesse pó minha alma doentia
Levada pelo vento há de repousar em algum lugar
Partira para longe de mim...
Hoje sou um corpo rente a terra
Adormeço em um leito que já não reconheço
Olho em volta e a formas se contraem
Alucinação, surrealismo...Idealismo"
(Madlene)

Augusto dos Anjos é na verdade representante de uma experiência única na literatura universal: a união do simbolismo com cientificismo naturalista, sendo que muitas das vezes foi considerado um poeta pré-modernista pelas suas características expressionista.

Poeta brasileiro. Famoso pela originalidade temática e vocabular, na fase que antecedeu o modernismo, Augusto dos Anjos recorreu a uma infinidade de termos científicos, biológicos e médicos ao escrever seus versos de excelente fatura, nos quais expressa por princípio um pessimismo atroz.

Teve um único livro publicado em vida chamado “Eu” em 1912, suas outras poesias foram publicadas de forma esparsa após sua morte conforme iam sendo descobertas como verdadeiras relíquias.

Sua obra foi menosprezada e ele foi intitulado o poeta de versos aberrantes, pois cantava à predestinação do homem a morte não com o lirismo amoroso do romantismo, mas muito além do realismo ao falar da carne sendo consumidas por vermes e ao corpo virar pó.

O próprio Olavo Bilac, poeta parnasiano, o criticou bastante até mesmo após a sua morte. Conta-se que após o comunicado do falecimento de Augusto dos Anjos a Bilac ele nem mesmo conhecia o poeta, após a leitura de um de seus versos ele expressou: “Fez bem em morrer, não se perde grande coisa”. Bilac como um dos ícones do parnasianismo, era de se esperar tal posição, pois foi um movimento que valorizava extremamente a elaboração dos versos, a forma perfeita, Augusto ia totalmente contra estas característica...

Augusto foi um grande intelectual e bacharel em direito, a frente de seu tempo, um exemplar de do Eu faz parte da biblioteca da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, por causa dos termos científicos que Augusto dos Anjos utilizava em suas composições, são centenas de termos técnicos científicos.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Forrest Gump na trilha do Rock and Roll



Escrevi este texto sobre a trilha sonora do filme Forrest Gump, uma das trilha mais célebres da história do cinema.

Bem, não vou postar este arquivo porque a seleção de fotos que fiz dando print foi massacrante e... já excluí todas do meu computador.Não rola postar este aquivo, sem estas fotos, pois elas são a essência para relacionar o momento do filme e a trilha sonora.

"No início do filme podemos ver Forrest ainda criança influenciando Elvis, isto nos remete a década de 50;podemos acompanhar o movimento hippie e a bandas que foram auge entre o movimento durante a década de 60 por criticar a Guerra do Vietnã e criar um clima de “paz e amor”; podemos ver o folk de Joan Baez e Bob Dylan despertando um sonho frustrado em Jenny em se tornar cantora, também na década de 60, momento em que o folk teve seu auge com suas canções políticas; vemos Forrest brigando na “festa de panteras negras”, segundo ele, ao som de Jimi Hendrix ou mais além, na década de 80 com Forrest mais velho e cansado querendo voltar para casa ao som de Bob Seger, que teve seu auge neste período."

Acessem o seguinte link:

https://docs.google.com/viewer?a=v&pid=forums&srcid=MDMwMTYxMzQ0MjQ3NDU2NzI1NjUBMDA2NDY4ODg2OTA1MTc0NjQzNzcBYTNiM2Y4YjItZWRlNS00ZTUyLWI4NTUtYmJhZWEyOTdjYjlkQGdvb2dsZWdyb3Vwcy5jb20BNAE&pli=1



Por: Madlene

The Doors – Oliver Stone. (Por que tanto decadentismo?)



Oliver Stone é diretor, roteirista, cronista e historiador especializado na década de 60, segundo ele: “esta foi à década de fortes turbulências”, Stone afirmava que a década começou em 63 com a morte de John Kennedy, e isto foi retratado no seu filme JFK, que foi incluído em quinto lugar na lista dos 25 filmes mais controversos de todos os tempos. Stone ganhou três Oscars, por Expresso da Meia Noite, Platoon e Nascido em 4 de Julho.

Por gostar bastante de fazer filmes que causem alguma polêmica, alguns críticos acusam Stone de ser um teórico da conspiração e que os seus filmes manipulam os espectadores, mas apesar disso muitos consideram também que Stone é considerado um dos melhores realizadores de Hollywood e também o mais controverso.

Após a morte de Jim Morrison em 1971 toda sua obra foi dividida em dois grupos representantes legais, de um lado havia os três integrantes restantes do The Doors (Manzarek, Krieger e Densmore) que possuíam os direitos legais das músicas, do outro lado havia Pamela Courson (namorada de Jim) que herdou todos os escritos e poemas que ele vinha trabalhando. Depois da morte de Pam, em 1974, os pais dela herdaram estes escritos que ficaram conhecidos como lost writings (textos perdidos).

Stone já alimentava a ideia de fazer um filme sobre o The Doors desde 1984, após a leitura do livro No One Here Gets Out Alive, livro básico sobre Jim Morrison e a história do grupo The Doors. Muitas restrições foram impostas para Stone após a ideia de gravar o filme, os pais de Pam, que haviam herdado os poemas e escritos, negaram
qualquer permissão para usá-los no filme. Também contrariando Stone, o próprio pai de Jim pediu para que não fizesse filme algum sobre seu filho, pois poderia vir a manchar ainda mais a sua imagem.

Boa parte do roteiro do filme foi baseado em entrevistas com cerca de 20 pessoas próximas a Jim. O filme The Doors foi lançado em 1° de março de 1991, exatamente 22 anos depois do concerto em Miame em 1969, onde Jim saiu de si juntamente com o público e foi condenado por obscenidade, consumo de droga, etc. Para quem gosta do grupo e
principalmente para quem conhecia mais profundamente a personalidade e a obra de Jim Morrison, se decepcionou bastante com o enredo pobre que mostra Jim constantemente vivendo a base de alucinógenos e álcool, totalmente depressivo e autodestrutivo, assim como não é mostrada a união que havia entre os membros do grupo. Sem contar o Jim como a figura Dionisíaca ao extremo, o deus do sexo e das drogas, que havia a constante necessidade de “levantar” seu espírito como um xamâ ao entrar em transe para assim hipnotizar multidões.

É inútil procurar a verdadeira alma de Jim, o poeta intelectual que começou a ler obras de grandes escritores com apenas 13 anos, fica difícil saber quando ele teria tempo para ler Nietzsche, T.S. Eliot, Rimbaud, Baudelaire, Blake e Shakespeare ou até mesmo quando ele teria escrito e publicado seus poemas.


Na ocasião do lançamento do filme, Ray Manzarek, tecladista e membro fundador da banda, detestou o que viu. “Stone fez Morrison parecer um tarado. Jim era muito mais inteligente, sensível e artístico, muito mais do que a estranha e superficial ideia que Stone exibiu. É um mau retrato do meu amigo”. Manzarek ainda sintetizou que “nós
nos divertimos muito e tivemos ótimos momentos juntos” agora assista a The Doors, o filme e perceba como Stone coloca a relação da banda em queda descendente, com a ridícula exceção de uma “reunião final” onde os músicos dizem que adoraram tocar com o "Rei Lagarto" e ele se despede.

Após o lançamento do filme a crítica americana se apresentou bastante desfavorável, porém a crítica de Paris, Roma e Londres foram bem mais acolhedoras. Por si só Stone é conhecido como um diretor polêmico, não estou aqui limpando sua imagem perante a direção do filme, apena quis mostrar uma questão histórica que pouquíssimos
conhecem em relação a elaboração do filme The Doors, o porquê da ausência de Jim Morrison como um dos mais célebres poeta do rock and roll.

Podemos concluir com estes dados históricos que se Oliver Stone tivesse acesso a toda obra literária de Morrison, que a família de Pam lhe negou qualquer aceso, o filme poderia ter sido melhor e muito bem aceito pelo público apreciador do grupo, é principalmente para os fãs do “Rei lagarto”. Stone deu a seguinte declaração para uma
revista logo que começaram as gravações do filme: “Se meu filme for um fracasso, ele poderia ter sido salvo se tivesse podido usar os poemas”.

Para quem quiser conhecer a obra literária de Jim:
A obra “literária” de Jim Morrison está hoje contida em dois volumes bilíngues, editados na França: Lords and New Creatures (Seigneurs et Nouvelles Créatures) e Une Prière Américaine et Autres Ecrits.

OS HABITANTES DA COLINA

Bem no fundo do cérebro
Passando bem no limiar da dor
Onde nunca há nenhuma chuva
E a chuva cai suavemente sobre a cidade
E sobre as cabeças de todos nós
E no labirinto de correntes por baixo
Sossegada e celeste é a presença de
Nervosos habitantes do monte nos
suaves montes de volta
Répteis com fartura
Fósseis, cavernas, frescas elevações de ar
Cada casa repete um molde
Um carro de besta trancado contra a manhã
Todos dormem agora
Cobertores silenciosos, espelhos livres
Há pó debaixo das camas de casais legítimos
Enrolados em lençóis
E filhas, enevoada com sêmen.
Olhos nos seus mamilos
Esperem! Ouve um massacre aqui
Não pares para falar ou olhar em volta
As tuas luvas e o leque estão no chão
Vamos sair da cidade
Vamos de fuga


Por: Madlene

terça-feira, 24 de julho de 2012

Affonso Romano de Sant'Anna: poesia atemporal e vanguardismo.




Venho falar a repeito de um grande poeta brasileiro que não é de grande conhecimento público, nunca foi tema de vestibular ou teve um de seus poemas musicalizados, porém possui uma vasta obra fantástica e atemporal, um poeta que trata do tempo de maneira realista e crítica, características que lhe concederam diversos prêmios literários nacionais.

Affonso Romano de Sant'Anna é um dos poetas que durante os anos 60 participou dos
movimentos de vanguardas que deram uma “nova cara” às artes, neste caso a poesia, com esse movimento houve a ruptura das correntes poéticas já amadurecidas (arcadismo, barroco, romantismo, simbolismo, etc.), o que fez com que a poesia criasse uma nova linguagem e trajetória. Foi taxado como um neoliberal e participou ativamente dos movimentos políticos e sociais que marcaram o Brasil durante este período.

CARTA AOS MORTOS é um dos meus preferidos poemas de Affonso Romano, publicado no livro
“O Lado Esquerdo do Meu Peito" (1991 - Rocco/RJ), trata sobre a imutável condição do mundo, a ilusão do progresso e a velha estupidez que sempre assolou a humanidade.

Acredito que inexplicavelmente, o inevitável sentimento de impotência paira sobre a alma de quem ler este excelente poema escrito em 1991, pode-se dizer que a questão social, resultado de uma política corrupta é a inspiração para tais versos, vale ressaltar que é uma das abordagens mais comuns de sua obra.

Segue ele na íntegra e logo após uma breve análise de alguns versos.

CARTA AOS MORTOS
Amigos, nada mudou
em essência.
Os salários mal dão para os gastos,
As guerras não terminaram
E há vírus novos e terríveis,
Embora o avanço da medicina.
Volta e meia um vizinho
Tomba morto por questões de amor.
Há filmes interessantes, é verdade,
E como sempre, mulheres portentosas
Nos seduzem com suas bocas e pernas,
Mas em matéria de amor
Não inventamos nenhuma posição nova.
Alguns cosmonautas ficam no espaço
Seis meses ou mais, testando a engrenagem
E a solidão.
Em olimpíada há recordes previstos
E nos países, avanços e recuos sociais.
Mas nenhum pássaro mudou seu canto
Com a modernidade.
Reencenamos as mesmas tragédias gregas,
Relemos o Quixote, e a primavera
Chega pontualmente cada ano.
Alguns hábitos, rios e florestas
Se perderam
Ninguém mais coloca cadeiras na calçada
Ou toma a fresca da tarde,
Mas temos máquinas velocíssimas
Que nos dispensam de pensar.
Sobre o desaparecimento dos dinossauros
E a formação das galáxias
Não avançamos nada.
Roupas vão e voltam com as modas.
Governos fortes caem, outros se levantam,
Países se dividem
E as formigas e abelhas continuam
Fiéis ao seu trabalho.
Nada mudou em essência.
Cantamos parabéns nas festas,
Discutimos futebol na esquina
Morremos em estúpidos desastres
E volta e meia
Um de nós olha o céu quando estrelado
Com o mesmo pasmo das cavernas.
E cada geração, insolente,
Continua a achar
Que vive no ápice da história


“Amigos, nada mudou/ em essência”.

Os versos iniciais podem resumir todo o sentimento de frustração com o mundo que Affonso deseja expor neste poema, os tempos mudaram, mudaram-se a arquiteturas, as modas e o mundo tornou-se veloz...

Devido sua frustração com a política nacional vigente em tal período, entende-se que estes versos retratem uma sociedade que vive a margem, sempre sob o domínio da burguesia, seja durante um governo absolutista ou republicano. Porém ainda há toda a
prevalência do imutável que pode ser entendido como a condição humana e seus costumes, esta condição que está claramente visível nos versos “mas em matéria de amor/ não inventamos nenhuma posição nova”.

“Alguns cosmonautas ficam no espaço/ seis meses ou mais, testando a engrenagem/ e a
solidão.”


A ciência progride, resultado da intensa capacidade humana de buscar o conhecimento que lhe dará a oportunidade de conhecer novos caminhos. O que dizer do astronauta aposentado e López-Alegría, de 53 anos, recordista por possui 257 dias fora de órbita, em 10 viagens realizadas.

Alcançamos o espaço, conhecemos as galáxias, mas em troca temos a solidão, a nossa única companheira, sendo ela um dos resultados deste avanço.

“Mas nenhum pássaro mudou seu canto/ com a modernidade.”


Falando biologicamente houve mudanças sim... São mudanças que resultam em subespécies,
Mas não vem ao caso...

“Ninguém mais coloca cadeiras na calçada/ ou toma a fresca da tarde.”

Temos hoje uma sociedade assolada pelo medo constante, a violência tem voz e impõe suas
ações no nosso cotidiano. Não mais teremos aquele clima bucólico de décadas atrás de estar na porta de casa com a família e conhecer quem vive ao redor. Estamos mais enclausurados a cada dia e quase impossibilitados da capacidade de conviver com o próximo.

“e volta e meia/ um de nós olha o céu quando estrelado/ com o mesmo pasmo das cavernas/ e cada geração, insolente/ continua a achar/ que vive no ápice da história.”

Por mais que a modernidade avance, e como diria Mario Faustino “A vanguarda do não avança e vence”, ainda contemplamos o comum, contemplamos o que de mais simples que acontece todos os dias. Por que será que quando o ambiente urbano veloz nos cansa temos o anseio pelo clima bucólico? Por que frente a tantas distrações ainda há a contemplação do por do sol? E como é resaltado no poema, a contemplação do céu estrelado.

Temos tudo o que criamos em mãos, avançamos em matéria de ciência, mas ainda admiramos o comum com o pasmo ancestral entranhado nas veias.

Para quem tiver interesse em conhecer mais sobre Affonso Romano de Sant’Anna pode acessar o Seu blog, segue o link:

http://affonsoromano.com.br/blog


Por: Madlene Nunes
Acessem o link dos meus outros blogs:

1)Aqui está a reunião de todos os meus poemas:

MADLENE PARAOARA
http://madleneparaoara.blogspot.com.br/


2)Neste blog existem várias discussões sobre questões ambientais:

CONSCIENTIZAÇÃO ATRAVÉS DA CIÊNCIA
O homem em comunhão com os animais e o meio ambiente.

http://cienciaparaopovo.wordpress.com/

A princípio esta obra nos parece grotesca, porém possui um dos significados mais fortes e de maior
representação nas artes de Laurie: O PAVOR DE ESTAR VIVO.
Castro Alves retratou bem esta questão de comunhão entre vida e morte, no poema intitulado “Mocidade e Morte”, observe os seguintes versos:

“Vivo — que vaga sobre o chão da morte
Morto — entre os vivos a vagar na terra.”

A representação das pessoas como caveiras nada mais é que uma metáfora ao horror da sensação de
estar vivo. Limpton retrata em seus desenhos os vivos como caveiras e os mortos em sua forma normal,
em paz.
É esta a paz que almejamos e que só encontraremos após a morte, após o descanso no leito eterno. Os
“mortos” rodeiam o “vivo” e o observam, ele que descansa com um ar sereno e tranquilo.


Por: Madlene Nunes

Hã? Como assim, o que tem nesta obra?

A princípio pode ser algo tão surreal quanto às obras de Salvador Dalí, porém como já citei outras vezes, toda forma de expressão possui algum significado. Para Laurie Lipton realidade é surreal e não tem limites. Uma das principais abordagens de Laurie Lipton é desindividualização da sociedade pós-industrial, o cotidiano vivido de uma maneira mecânica, revelando o esquisito e anormal que existe dentro de todas as pessoas.

Nesta obra também sem título há claramente esta retração, vemos um mundo caótico tomado pela modernização, pela mecanização sem qualquer limite de espaço e tempo, o que chega a tomar conta de nós mesmos.

No chão, diversos tubos e engrenagens estão misturados a crânios, uma representação de uma total união entre o homem e o progresso “até a morte”. O ponto central desta obra é o resultado deste progresso desenfreado, CRIAMOS NOVOS CAMINHOS, ROMPEMOS FRONTEIRAS, MAS ANDAMOS EM CÍRCULOS, por mais que não tenhamos para onde ir o combustível (usado como uma metáfora do avanço tecnológico) se faz necessário, pois nos tornamos dependentes do progresso e do consumismo exacerbado presente na nossa sociedade pós-industrial.

Observe do lado direito da obra uma placa de sinalização, ela por si só já nos diz tudo.

As obras de Laurie Lipton são inúmeras, se você se interessou por seus traços e por uma corrente
própria de representação de mundo acesse eu site oficial e veja sua biografia, obras, exposições,
etc:

http://www.laurielipton.com/



Por: Madlene

A ARTE DE LAURIE LIPTON E A SUA REPRESENTAÇÃO BIZARRA DE MUNDO.

Americana e radicada em Londres, Laurie Lipton é uma artista plástica contemporânea, suas obras contestam o mundo moderno, abrindo espaço para o terror e o existencialismo que nos assola, ela deixa transparecer por meio de seus desenhos o “eu interior” de forma bizarra, medonha e sádica, chegando a nos causar certo ar de pavor. Seus desenhos são feitos principalmente a lápis, o que resulta nas cores preto, brando e cinza, que segundo ela, “são as cores das fotografias antigas e antigos programas de TV (') cores de fantasmas, saudade, passagem do tempo, memória e loucura (') perfeitas para as imagens do meu trabalho”.

Laurie se inspirou em Durer, Memling, Van Eyck, Rembrandt e Goya, artistas da idade média, e a fotógrafa Diane Arbus, conhecida por suas imagens desconcertantes. Ela nasceu em Nova York , começou a desenhar aos quatro anos de idade e foi a primeira pessoa pós-graduada com honras pela Carnegie-Mellon University, na Pensilvânia, com um grau de Belas Artes em desenho. Veja a seguir quatro de suas obras e uma análise do que retratam, posso estar errada, porém o que descrevo é o que me transparece:

"No, la pintura no está hecha para decorar las habitaciones. Es un instrumento de guerra ofensivo y defensivo contra el enemigo.”
("Não, a pintura não está feita para decorar casas. Ela é uma arma de ataque e defesa contra o inimigo.")

(Pablo Picasso sobre Guernica)

Esta é uma das minhas obras preferidas desta artista, não tem título, na verdade ela não costuma intitular suas obras, aqui temos a arte representando a arte. À primeira vista esta obra lhe revela algo ou só é uma pessoa deitada assistindo TV e tomando um café no conforto de seu lar? Neste quadro de Laurie Limpton existe muito além do que podemos imaginar, por trás desta imagem está todo um contexto histórico e social.

1) Observe que na xícara está estampado “Guernica” de Pablo Picasso, pintada em 1937, uma obra de arte que critica a guerra civil espanhola que aconteceu na pequena cidade de Guernica.

A obra original, assim como na imagem cima, é composta apenas por preto, branco e cinza, cores que nos passam uma sensação de frieza e morbidez. Para criar ainda mais um clima “tenho” Picasso se valeu das desfigurações das formas, característica do cubismo, corrente na qual ele seguia. Picasso pintou Guernica em resposta ao bombardeio nazista aéreo à cidade basca de Guernica, durante a Guerra Civil Espanhola, em abril de 1937.

A obra tornou-se um símbolo das tragédias e do sofrimento causado pela da Guerra Civil. Este texto abaixo foi extraído de uma revista on line sobre em um artigo que tratava sobre o tema: “Esteticamente quem melhor captou esse sentimento foi Pablo Picasso. Vivendo em Paris desde o início do século, já era uma celebridade quando o Governo da Frente Popular o procurou para que fizesse algumas telas para arrecadar fundos para a República.

A violência e a indignação que causou o bombardeio fez com que ele se concentrasse por 5 meses numa grande tela, quase um mural (350,5 x 782,3). Sua primeira aparição deu-se numa Exposição Internacional sobre a Vida Moderna em Paris, no dia 4 de junho de 1937. O público virou-lhe as costas.” Não vou ficar aqui argumentando fatos históricos referentes a esta guerra, pois o foco é outro...


2) A única imagem colorida nesta obra é a televisão, mas por quê? Simples, para enfatizar o que está sendo exibido, observe que aparecem duas crianças com uma expressão de pavor, aparentemente fugindo de algo, sendo que uma delas possui o braço esquerdo mutilado, este pavor deixa transparecer uma dor insuportável, não apenas física, mas principalmente emocional. Pela situação retratada pode-se imaginar que seja uma guerra ou outro conflito, porém algo mais atual...


3) Na cama alguém está deitado, aparentemente um ambiente bastante confortável e acolhedor. Mas o que tem demais nisso tudo? Agora sim vou ao contexto geral e as ligações que pretendo retratar: Primeiro, Guernica, uma das obras mais célebres do mundo (e está entre as principais obras de Pablo Picasso) está estampada em uma xicara, isso nos mostra um contexto histórico banalizado, aqui como um mero ilustrador de objetos domésticos, onde com o passar do tempo não apresenta qualquer relevância para a sociedade.

A pessoa deitada, no conforto de seu lar “segura Guernica” sem conhecê-la, enquanto assiste a uma guerra qualquer em algum noticiário qualquer, totalmente indiferente ao redor, totalmente indiferente a situação do mundo, indiferente ao caos e aos seus resultados. Esta obra não precisa de qualquer legenda, ela por si deixa a transparecer sua temática: A BANALIZAÇÃO DA VIOLÊNCIA.

As obras de Laurie Lipton são inúmeras, se você se interessou por seus traços e por uma corrente
própria de representação de mundo acesse eu site oficial e veja sua biografia, obras, exposições,
etc:


http://www.laurielipton.com/



Por: Madlene

Uma homenagem a Laika

Em novembro de 1957, Laika, uma cadela mestiça tornou-se a primeira criatura terrestre viva a viajar no espaço, sua imagem apareceu nos jornais do mundo todo e milhões de votos de felicidades acompanharam sua jornada no Sputinik 2. Laika foi uma veterana dos primeiros TESTES com foguetes. Ficou claro que Laika não iria voltar...Ela latiu, flutuou sem peso no espaço, comeu alimento que tirava de uma máquina e, depois de uma semana, quando o ar da cabine se esgotou, Laika morreu. Há vergonha de pertencer a mesma espécie de seres humanos que cometem tais práticas aos animais, fazer um animal passar por tal tipo de situação, trair sua confiança e usa-la como qualquer coisa que morreria no espaço... Da sua forma Laika compreendeu o que estava se passando, mas ela partiu...e hoje é mais uma estrela que brilha e que tenta chamar a atenção dos homens para mudarem suas atitudes com tantos outros animais que sofrem todos os dia. Este poema é dedicado a Laika.

“First the Dog” (Primeiro a Cadela), do poeta polonês Zbigniew Herbert, repleto de ironias e ultrajes:

Assim primeiro a cadela mestiça
Que nunca nos abandonou
Sonhando com postes e ossos terrestres
Adormecerá em eu canil rodopiante
Seu sangue quente fervendo e secando

Mas atrás da cadela seguiremos
O cachorro que nos guia numa coleira
Com nossa bengala branca de astronauta
Não vemos nada, não ouvimos nada
(...)

Ho! Meu velho Bené...

Benedito Nunes

Tão admirável em sua obra que vos deixo meus penamentos eternos...

"A poesia deve ter também um certo empenho metafísico...Lutando pelo homem mas também exprimindo a sua situação no universo. Nós estamos sofrendo mal do relativismo, do qual não nos livramos e não sabemos como é que vamos nos livrar. Por exemplo: tudo pode ser interpretado. Até a má poesia pode traduzir um certo estado da sociedade."
Benedito Nunes

Silencio


Perfeito como a "Galeria das sombras". "Não se deve contar com a minoria silenciosa, pois o silêncio é algo frágil. Um ruído alto... e está tudo acabado. O povo está amedrontado e desorganizado demais. Alguns tiveram a oportunidade de protestar, mas foram como vozes gritando no deserto. O barulho é relativo ao silêncio que o precede. Quanto mais absoluta a quietude, mais devastadoras as palmas."
( V for Vendetta)

Idiocracy


Humor negro prevendo o futuro? O roteiro do filme é muito bom, pena que moldaram piadas a nível besteirol americano...

Idiocracy: "Os dois principais personagens se inscreveram para um experimento militar de hibernação que dá errado, e eles despertam 500 anos no futuro. Descobrem então, que o mundo tem desconcentrado numa distopia onde marketing, consumismo e anti-intelectualismo cultural funcionam desenfreadas e que a pressão disgênica resultou numa sociedade humana uniformemente estúpida.

Bowers acorda no ano 2505 e encontra uma sociedade tão emburrecida pelo comercialismo de massa e pela alienante programação de TV que ele acaba sendo o cara mais inteligente do planeta! Agora, cabe a um cara prá lá de mediano colocar a evolução da raça humana de volta nos trilhos!

Loucos e loucos, porém inteligentes!


Seja louco, admire a natureza, recuse os preceitos sociais, deleite-se em shakespeare... O preço é a loucura... Arranque as orelhas, interne-se em um hospício, dispare um tiro contra o peito...este será seu fim.

Vejam este vídeo magnífico que retrata bem tal situação entre grandes nomes da história.

"Neste documentário único, da BBC4, David Malone analisa quatro matemáticos brilhantes - Georg Cantor, Ludwig Boltzmann, Kurt Gödel e Alan Turing - cujos conhecimentos têm nos afetado profundamente, mas que, tragicamente, levou-os à loucura e à morte."

http://www.youtube.com/watch?v=gIhpAM08qfA